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Covid-19: sabizabulin pode salvar vidas de doentes hospitalizados

Um medicamento experimental desenvolvido inicialmente para combater o cancro reduziu em 55% o risco de morte em pessoas hospitalizadas com Covid-19, revelou um estudo recentemente publicado na revista New England Journal of Medicine.

Covid-19: sabizabulin pode salvar vidas de doentes hospitalizados

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COVID-19: AINDA UMA INCÓGNITA


O medicamento, denominado sabizabulin, parece ser mais eficaz que outros anteriormente autorizados para pacientes graves com Covid-19. Veru, a farmacêutica de Miami responsável pelo seu desenvolvimento, solicitou à FDA uma autorização de emergência para o seu uso. Isto acrescenta potencialmente uma nova “arma” ao modesto arsenal disponível para os pacientes hospitalizados.

Segundo o Dr. Ilan Schwartz, da Universidade de Alberta, no Canadá, existem alguns tratamentos para pacientes com doença grave que melhoram a mortalidade mas seria muito bemvindo outro tratamento que pudesse reduzir ainda mais o número de mortes.

Tomada na forma de comprimido, a substância impede que as células construam microtúbulos, cabos moleculares críticos que transportam material de uma parte do interior da célula para outra. O fármaco foi originalmente desenvolvido por investigadores da Universidade do Tennessee para combater o cancro porque as células tumorais de rápido crescimento dependem dos microtúbulos para o seu rápido crescimento. Mas o medicamento parece funcionar em pacientes com Covid-19, reduzindo a inflamação pulmonar com risco de vida.

O estudo incluiu pacientes hospitalizados com Covid para tratamento que estavam a receber oxigénio ou em ventilação mecânica. Estes tinham outros fatores de risco, como obesidade ou pressão alta, o que contribui para um alto risco de morrer da doença. Por essa razão, foram autorizados a receber tratamento com outros medicamentos, como esteroides como a dexametasona, que reduz o risco de morte por Covid-19 em um terço.

Entre os voluntários deste estudo, 134 tomaram o sabizabulin e 70 receberam um placebo, tendo-se verificado que, após 60 dias, as taxas de mortalidade dos dois grupos eram drasticamente diferentes. Mais de 45% do grupo placebo morreu em comparação com cerca de 20% daqueles que tomaram o novo medicamento – uma redução de 55% no risco geral de morte.

O Dr. David Boulware, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Minnesota refere que a taxa de mortalidade no grupo do placebo era extremamente alta. Em contraste, mencionou um teste realizado ao medicamento baracitinib para a artrite que quando administrado a pacientes com Covid, menos de 8% do grupo placebo morreu.

Vários medicamentos antivirais demonstraram ser eficazes para manter os pacientes com Covid fora do hospital, mas apenas se forem administrados no início da doença, e geralmente não funcionam bem com Covid moderado a grave. O Paxlovid é um desses medicamentos.

A Veru interrompeu o teste antes do previsto pois um comité consultivo independente considerou o medicamento tão eficaz que achou que seria antiético continuar a dar um placebo a alguns dos pacientes. No entanto, segundo Boulware, ensaios que são interrompidos cedo normalmente superestimam o efeito – talvez se o estudo tivesse continuado, os benefícios do medicamento se revelassem mais modestos.

Fonte: Tupam Editores

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