Muitas pessoas, especialmente os idosos, sofrem de sono anormal. Em particular, as fases do sono profundo tornam-se mais curtas e superficiais com a idade. Uma equipa de cientistas da ETH Zurich, na Suíça, criou um aparelho denominado SleepLoop, que emite sons em alturas específicas, que melhora as ondas lentas associadas ao sono profundo.
Dormir é uma necessidade fisiológica indispensável e pode funcionar como um excelente tratamento de beleza e de saúde. Mas dormir o “sono dos justos” parece ser o privilégio só de alguns.
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O sono profundo é importante para a regeneração do cérebro e da memória, e tem também uma influência positiva sobre o sistema cardiovascular. As ondas cerebrais que caracterizam o sono profundo, as chamadas ondas lentas, podem ser melhoradas através de sons cronometrados com precisão reproduzidos durante o sono.
Embora isso funcione bem no laboratório do sono sob condições controladas, até agora não havia nenhuma solução doméstica que pudesse ser usada por mais de uma noite. Como parte do projeto SleepLoop, os cientistas da ETH Zurich desenvolveram um sistema móvel que pode ser usado em casa e tem como objetivo promover o sono profundo por meio da estimulação auditiva cerebral.
O sistema criado consiste numa faixa de cabeça que é colocada na altura de dormir e usada durante toda a noite. Esta faixa contém elétrodos e um microchip que mede constantemente a atividade cerebral da pessoa. Os dados obtidos são analisados de forma autónoma e em tempo real através de um software personalizado.
Assim que a pessoa adormecida apresenta ondas lentas na atividade cerebral caracterizando o sono profundo, o sistema desencadeia um sinal auditivo curto (clique), que ajuda a sincronizar as células neuronais e aumentar as ondas lentas. O que torna a solução única é que a pessoa que dorme não está consciente desse som durante o sono profundo.
A investigação testou este sistema em pessoas entre os 60 e os 80 anos de idade, sendo pedido aos participantes que usassem o aparelho todas as noites durante quatro semanas. A estimulação auditiva foi executada todas as noites durante duas semanas, no entanto, a estimulação parou de ser dada nas duas semanas seguintes. Nem os sujeitos nem os cientistas sabiam em que semanas os sinais auditivos haviam sido executados e em que semanas não tinha havido estimulação.
No estudo, publicado na revista científica Communications Medicine, os resultados mostram que de facto foi possível potencializar as ondas lentas por meio de sinais auditivos durante o sono profundo na maioria dos participantes. No entanto, as diferenças individuais foram extensas com alguns dos sujeitos a responder muito bem aos estímulos, enquanto outros responderam minimamente ou nada.
Os cientistas usaram essas diferenças individuais para prever melhor como um determinado indivíduo responderá ao estímulo auditivo. Isso, por sua vez, irá ajudar a otimizar e melhorar o desempenho do SleepLoop.
