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Descoberto possível alvo terapêutico para distúrbios do sono

O sono é composto basicamente pelas fases não-REM e REM, que apresentam características e estágios distintos entre elas. Cada uma tem a sua importância durante a noite de sono. O sono REM (movimento ocular rápido), a fase em que os sonhos normalmente ocorrem, acontece frequentemente após várias fases do sono NREM (sem movimento ocular rápido), e este ciclo continua até ao despertar. No entanto, a forma como o cérebro regula o sono e o ciclo entre estados de sono não era compreendido até agora.

Descoberto possível alvo terapêutico para distúrbios do sono

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Uma equipa de investigadores do Japão e dos Estados Unidos descobriu que níveis elevados do neurotransmissor dopamina durante o sono NREM provoca a transição para o sono REM.

No estudo, publicado na revista científica Science, foram observados cérebros de ratos durante o sono, tendo-se verificado aumentos na ativação da dopamina na amígdala basolateral (ABL) do cérebro imediatamente antes da transição do sono NREM para o REM, mas não antes da transição entre o sono NREM e o despertar, indicando que a dopamina transitória nesta região cerebral desencadeia o início do sono REM.

Os especialistas usaram a manipulação optogenética para excitar a dopamina na ABL durante o sono NREM, o que provocou uma transição para o sono REM.

Foi investigado também se a sinalização da dopamina na ABL podia desencadear cataplexia, que ocorre na narcolepsia e se manifesta como uma invasão patológica paralisante do sono REM até ao despertar, que resulta na perda do controlo postural. Os investigadores descobriram que os níveis de dopamina na ABL aumentaram antes dos ataques de cataplexia em ratos narcolépticos.

A cataplexia é uma doença rara que consiste na perda súbita total ou parcial do tónus muscular como causa de uma alteração forte e repentina do humor (raiva, ansiedade, alegria, gargalhadas) e geralmente está associada a 20% das pessoas com narcolepsia, um distúrbio crónico do sono.

Segundo Emi Hasegawa, líder da investigação, estas descobertas levantam a possibilidade de que os neurónios DRD2 da ABL possam ser um alvo para o tratamento de sintomas de uma vasta gama de perturbações do sono REM, incluindo a cataplexia na narcolepsia e outras perturbações, tais como a doença de Parkinson, em que a sinalização de dopamina é perturbada.

Fonte: Tupam Editores

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