Poucos meses depois de detetada na região de Wuhan, a Covid-19 foi declarada uma pandemia global pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Desde então o mundo tem estado sob o controle apertado de diretrizes com o objetivo de controlar este vírus que se manifesta com diferentes sintomas e gravidade dependendo das pessoas.

Até ao momento cinco estirpes mutantes do coronavírus foram classificadas pela OMS como variantes preocupantes. Para reduzir o risco de propagação e de morte pelo vírus em todo o mundo os governos continuam a impor quarentenas, isolamentos, restrição no acesso a espaços públicos e outras medidas de contenção.

Há, contudo, um conjunto de pessoas entre nós que, apesar de viverem no mesmo ambiente pandémico e terem sido continuamente expostas ao vírus, não contraíram a infeção.
O que torna essas pessoas “invencíveis” contra o altamente contagioso SARS-CoV-2, apesar de estarem expostas ao patogeno? Estes indivíduos que resistem ao ataque viral podem ajudar a reduzir a transmissão do vírus.

Um estudo realizado por investigadores do Imperial College London, no Reino Unido, permitiu concluir que as pessoas que têm níveis mais elevados de células T, um tipo de célula de memória no sistema imunológico, desenvolvida a partir de outros coronavírus como o da gripe, apresentam uma maior imunidade contra o SARS-CoV-2.

A Dra Rhia Kundu, autora do estudo, relembra que existe uma multiplicidade de coronavírus, muitos dos quais estão associados a gripes e constipações. O estudo revelou que embora todos os coronavírus se comportem de forma diferente, determinadas características prevalecem semelhantes entre si. Pode ser por causa dessa similaridade que as células imunológicas são capazes de reconhecê-los e combater o vírus assim que o corpo é exposto ao mesmo, e daí certas pessoas não serem infetadas pela Covid-19.

Não se pode esquecer, também, o papel dos genes. Os fatores genéticos desempenham um papel na determinação da suscetibilidade de um indivíduo à Covid. Vários estudos descobriram que a relação entre a genética e o sistema imunológico e a infeção pelo novo coronavírus também é crucial.

Segundo Danny Altmann, professor de imunologia do Imperial College London, os genes chave que controlam a resposta imunológica são denominados antígeno leucocitário humano ou genes HLA, e são importantes para determinar a sua resposta no encontro com a SARS-CoV-2. Isto quer dizer que pessoas com o gene HLA-DRB1*1302 são significativamente mais propensas a ter uma infecção sintomática.