DIABETES

Petição defende alargamento do acesso gratuito a bombas de insulina

Uma iniciativa da sociedade civil pelo alargamento da comparticipação de bombas de insulina para diabéticos recebe apoio da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) e conta já com 3 500 assinaturas.

Petição defende alargamento do acesso gratuito a bombas de insulina

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Mais segurança, menos injeções e um melhor controlo da doença são algumas das vantagens apontadas pelos promotores da petição. Até agora, o esquema de comparticipação apenas abrange crianças e jovens até aos 18 anos.

A petição pública Diabetes - Alargamento do acesso gratuito a dispositivos de PSCI (bombas de insulina) para maiores de 18 anos (http://peticao.diabet1cos.pt) recebeu, no passado dia 30 de abril, o apoio da APDP.

Lançada em dezembro de 2018 pelo grupo DiabéT1cos (http://www.diabet1cos.pt), um grupo de apoio a pessoas com diabetes a funcionar a partir do Facebook, a petição defende que o alargamento da comparticipação de bombas de insulina deve ser uma área a apostar, com carácter prioritário, como meio para contribuir para uma melhor qualidade de vida dos doentes com diabetes.

Neste sentido, e uma vez conseguidas pelo menos as quatro mil assinaturas exigidas por lei, os promotores da petição pretendem levá-la à Assembleia da República pedindo para que se avance com legislação tendo em vista o alargamento da comparticipação de bombas de insulina para todos os diabéticos que sejam recomendados pelas equipas médicas e que estejam aptos a utilizar o dispositivo.

A petição pretende também pedir a comparticipação de diferentes marcas de bombas de insulina, de modo a permitir um melhor ajuste do dispositivo médico ao paciente.

Em Portugal, o atual esquema de comparticipação de bombas de insulina apenas abrange crianças e jovens até aos 18 anos.

A petição conta já com mais de 3 500 assinaturas e tem sido, frequentemente, uma das mais ativas no site Petição Pública. Para a recolha destas assinaturas contribuiu em muito o apoio recente da APDP, uma das instituições mais antigas do mundo a prestar apoio médico a pessoas com diabetes, que assim justificou a sua decisão numa mensagem publicada na sua página do Facebook:

“A APDP sempre apoiou todas as iniciativas que visem a promoção da igualdade de acesso a melhores cuidados de saúde, nomeadamente às novas tecnologias, com vista à melhoria da qualidade de vida e de bem-estar das pessoas com diabetes. Nesse sentido, convidamos todas e todos a assinar e partilhar a Petição Pública: Diabetes - Alargamento do acesso gratuito a dispositivos de PSCI (bombas de insulina) para indivíduos maiores de 18 anos.”

Os Dispositivos de Perfusão Subcutânea Contínua de insulina (dispositivos de PSCI, vulgo bombas de insulina) permitem um melhor controlo da diabetes e uma maior flexibilidade na vida de um utente com diabetes.

Entre outros aspetos, a bomba de insulina:
Permite um melhor controlo da diabetes e uma maior flexibilidade na vida de um utente com diabetes, evitando, por exemplo, cumprimentos de horários rígidos das refeições ou um melhor ajuste na administração da insulina para o caso de quem profissionalmente trabalha por turnos.

Permite ter uma segurança de limite máximo de insulina injetada, algo que não é possível com as atuais canetas que podem levar a hipoglicemias graves ou mesmo até à morte em situações de doses incorretas de insulina ou de troca de insulina lenta por insulina ultrarrápida.

Permite menos injeções no corpo, das atuais seis a dez injeções com canetas, seria apenas necessária a inserção de um cateter de três em três dias.

Quando ligada a um sistema de leitura contínua de glicose (CGM), pode suspender a insulina em caso de hipoglicemia e em modelos recentes a serem lançados na Europa, permite o funcionamento do sistema chamado de pâncreas artificial, controlo automático da administração de insulina baseando-se nos valores da glicemia.

De acordo com o grupo de apoio a pessoas com diabetes, “a atribuição de uma bomba de insulina a uma pessoa com diabetes tipo 1 é um ganho não só no presente - com o doente a poder gerir melhor e com mais qualidade a doença - mas também no futuro, uma vez que uma boa gestão da diabetes é chave essencial para a diminuição dos riscos de problemas futuros (como pé diabético, neuropatias, lesões oculares e renais, doença cardíaca entre outras) e, consequentemente, menos gastos financeiros para o Sistema Nacional de Saúde”.


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