“É incrível que essa grande proteína possa penetrar nas células cancerígenas e fornecer o irídio, provocando a sua morte”, disse o professor Peter Sadlerat, da Universidade de Warwick, no Reino Unido.

O tratamento de tumores cancerígenos com recurso a luz, chamado de terapia fotodinâmica, é baseado em compostos químicos chamados fotossensibilizadores, que podem ser ativados pela luz para produzir espécies oxidantes, capazes de matar as células cancerígenas.

Os médicos usam fibras óticas para ativar esses compostos seletivamente, apenas sobre o tumor, matando as células cancerígenas e deixando as células saudáveis intactas.

A equipa liderada pelo professor Sadlerat desenvolveu um revestimento químico especial que permitiu ligar o irídio à proteína sanguínea albumina, que então brilhou intensamente permitindo rastrear a sua passagem para as células cancerígenas, onde converteu o oxigénio das próprias células numa forma reativa, conhecida como “radical livre”, que matou as células.

Além de um excelente fotossensibilizador, a albumina foi capaz de transportar a molécula criada pela equipa para dentro do núcleo das células cancerígenas. O composto “inativado” pode então ser, depois, ativado por irradiação de luz e destruir as células cancerígenas a partir do seu interior.

Os primeiros testes mostraram que a substância pode ser aplicada localmente e em pequenas doses.

O próximo passo da pesquisa será a realização de testes pré-clínicos para aferir sobre a segurança do medicamento para aplicação em seres humanos.