Teste sanguíneo determina se pacientes cumprem dieta
Ao analisar pequenas moléculas chamadas metabólitos numa amostra de sangue, os cientistas podem agora determinar se os pacientes estão a seguir uma dieta prescrita, segundo um estudo da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins, nos Estados Unidos.
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Os ensaios clínicos que envolvem dietas normalmente têm pouca adesão dos participantes aos padrões alimentares estabelecidos, o que pode dificultar a avaliação da verdadeira eficácia das dietas.
Agora, a nova abordagem, descrita no American Journal of Clinical Nutrition, pode fornecer uma medida objetiva e relativamente fácil de obter da adesão dietética, reduzindo de forma significativa a incerteza nas estimativas de consumo alimentar.
"Um dia, os médicos podem usar esses marcadores para monitorizar o que os seus pacientes comem", disseram os investigadores, que demonstraram a eficácia da abordagem, ao mostrarem que os níveis sanguíneos de dezenas de metabólitos diferiram significativamente entre os grupos de tratamento e controlo de um ensaio clínico da dieta DASH, uma dieta que combate e pressão alta, que se rege pela ingestão de frutas e legumes e restringe a carne vermelha, sal e doces.
"Esta abordagem pode ser adaptada a outros padrões alimentares e esperamos que seja", afirmaram os cientistas.
Alguns investigadores tentaram ter uma medida objetiva de adesão dietética testando a urina, mas recolher amostras é oneroso e a análise de urina abrange um conjunto muito limitado de nutrientes.
O novo estudo decidiu avaliar um método potencialmente mais informativo e “amigo do paciente”, com base em amostras de sangue.
Os cientistas demonstraram a sua abordagem usando amostras de sangue armazenadas e congeladas, depois de terem sido retiradas dos participantes durante o estudo de referência de 1997 da dieta DASH.
Esse estudo descobriu que a dieta DASH, comparada a uma dieta de controlo que reflete o que o cidadão norte-americano médio come, reduziu significativamente a pressão arterial.
O desenho do estudo, no qual os participantes receberam todas as refeições do estudo, garantiu que a adesão à dieta fosse medida com precisão - o que significa que os dados do estudo poderiam ser usados posteriormente para testar novas medidas, como os metabólitos do sangue.
"Houve uma clara diferenciação nos perfis metabólicos entre os que consumiram a dieta DASH e a dieta de controlo", explicaram os cientistas, que também identificaram 67 metabólitos cujos níveis médios diferiram significativamente entre o grupo DASH e um terceiro grupo de estudo, o grupo de "frutas e vegetais".
Este último grupo foi designado para comer uma dieta mais rica que a média em frutas e vegetais, mas não tão rica em laticínios com pouca gordura como a dieta DASH.
O estudo encontrou evidências de que, para cada comparação dietética, um conjunto de dez metabólitos com as diferenças mais acentuadas relacionadas com a dieta eram suficientes para distinguir os dois grupos.