Risco de cancro em crianças que sobreviveram à doença é elevado
Dados apresentados recentemente no 17.º encontro da PanCare, a rede europeia para o cuidado dos sobreviventes de cancro infantil, revelam que duas em cada três crianças com cancro vão sobreviver cinco ou mais anos após o fim dos tratamentos contra a doença, embora os sobreviventes tenham um risco seis vezes mais elevado de desenvolver um segundo tumor cancerígeno.
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O tema esteve em debate durante o evento, que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, onde Ana Teixeira, médica pediatra responsável pela consulta dos DUROS - Doentes que Ultrapassaram a Realidade Oncológica com Sucesso no Serviço de Pediatria do Instituto Português de Oncologia de Lisboa (IPO de Lisboa), indicou que, atualmente, estão inscritas 744 pessoas neste serviço.
A consulta dos DUROS foi criada em março de 2007 com o objetivo de monitorizar a saúde dos sobreviventes de cancro pediátrico. A maior parte dos inscritos (58 por cento) é do sexo masculino, existindo utentes dos seis aos 56 anos, embora a maioria (86 por cento) tenha entre dez e 30 anos.
De acordo com a médica, os sobreviventes de leucemias, a patologia mais frequente em oncologia pediátrica, representam 37 por cento dos inscritos, enquanto cerca de 25 por cento são sobreviventes de linfomas e dez por cento de tumores renais.
No total de inscritos, foram registadas, até ao momento, 32 segundas neoplasias e cinco recidivas tardias de um tumor primário.
Já as segundas neoplasias mais frequentes foram os carcinomas da tiroide, tumores do sistema nervoso central e carcinomas baso celulares cutâneos. Foram ainda notificadas duas mortes entre os doentes com segundas neoplasias.
Os dados apurados permitiram concluir que uma criança que sobrevive a um cancro pediátrico apresenta um risco cerca de seis vezes superior de desenvolver uma segunda neoplasia em comparação com a população em geral.