Investigadores do Hospital Geral Judeu e da Universidade McGill, no Quebeque, no Canadá, descobriram que a vareniclina é eficaz a reduzir o tabagismo em doentes vítimas de enfarte do miocárdio passado um ano sobre o episódio.

Os cientistas explicaram que os pacientes fumadores que sofram síndromes coronárias agudas, como angina instável e enfarte do miocárdio, apresentam um risco acrescido de sofrerem um novo episódio se não deixarem de fumar.

Durante a investigação, foram avaliados 302 pacientes que tinham sido hospitalizados na sequência de síndrome coronária aguda. Os doentes sentiam-se motivados para deixarem de fumar e tinham fumado pelo menos dez cigarros por dia no ano anterior e a maioria apresentavam dependência moderada ou severa de nicotina.

Os participantes foram divididos em dois grupos e receberam aleatoriamente, ao longo de 12 semanas, o fármaco vareniclina ou um placebo. Os pacientes receberam ainda acompanhamento psicológico para a cessação tabágica.

 
A vareniclina já tinha revelado eficácia em ajudar pacientes com enfarte do miocárdio a deixem de fumar, nos primeiros seis meses, mas os efeitos de longa duração do fármaco não tinham ainda estudados.

Os dados apurados mostraram que cerca de 40 por cento dos participantes que receberam vareniclina não fumavam um ano mais tarde, contra 29 por cento do grupo do placebo.

Adicionalmente, verificou-se que a redução de pelo menos 50 por cento nos cigarros fumados diariamente foi superior no grupo da vareniclina, com 57,8 por cento, em relação ao grupo do placebo, que foi de 49,7 por cento. Os índices de adventos adversos foram semelhantes em ambos os grupos.
 
O estudo “sugere que a vareniclina é segura para ser usada nesses pacientes”, afirmou o cientista Mark Eisenberg, acrescentando, “no entanto, que continuam a ser necessárias novas estratégias de cessação tabágica, dado que 60 por cento dos fumadores que receberam tratamento com vareniclina voltaram a fumar um ano após a sua síndrome coronária aguda”.

A investigação foi publicada no Canadian Medical Association Journalo.