Investigadores da Universidade Western, nos Estados Unidos, mostraram uma nova relação entre o microbioma intestinal e a aterosclerose, uma das principais causas de ataques cardíacos e derrames.

A fim de compreender o papel que as bactérias no intestino podem desempenhar na aterosclerose, os cientistas examinaram os níveis sanguíneos de produtos metabólicos do microbioma intestinal.

Para isso, estudaram um total de 316 pessoas de três grupos distintos de pacientes: aqueles com aproximadamente a mesma placa aterosclerótica prevista pelos fatores de risco tradicionais, aqueles que parecem ser protegidos da aterosclerose porque têm altos níveis de fatores de risco tradicionais, mas artérias normais, e aqueles com aterosclerose inexplicável que não têm nenhum fator de risco tradicional, mas, ainda assim, têm altos níveis de carga de placa.

"O que descobrimos foi que pacientes com aterosclerose idiopática tinham níveis sanguíneos significativamente mais altos desses metabólitos tóxicos que são produzidos pelas bactérias intestinais", disseram os investigadores, que analisaram especificamente os metabólitos TMAO, p-cresil sulfato, p-cresil glucuronídeo e fenil-acetil-glutamina, e mediram a acumulação de placas nas artérias usando ultrassom carotídeo.

O estudo, publicado na revista Atherosclerosis, observou que essas diferenças não podem ser explicadas pela dieta ou função renal, apontando para uma diferença na composição das bactérias intestinais dos indivíduos.

Os resultados indicam que o microbioma intestinal desempenha um papel importante no risco de um indivíduo desenvolver aterosclerose, abrindo porta a novas opções de tratamento para os pacientes com acumulação inexplicável de placa nas artérias.