COVID-19: NÍVEL GERAL DE RISCO AGRAVA-SE

COVID-19: NÍVEL GERAL DE RISCO AGRAVA-SE

SOCIEDADE E SAÚDE

  Tupam Editores

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Devido à rapidez com que o surto atual da pandemia está a evoluir por todo o mundo, à indisponibilidade de dados atualizados pelos Estados e às diferentes políticas de testagem praticadas por cada país, entre outros fatores, todos os dados disponibilizados pelas várias entidades internacionais de saúde, devem ser interpretados com alguma cautela.

O alerta é dado pelo Centro Europeu de Controle de Doenças (ECDC), referindo que embora em alguns países os casos de infeção pareçam ter atingido o pico, o que traz alguma esperança de que o pior desta última vaga provocada pela variante Ómicron já esteja em curva descendente, ainda nenhum país ou região está fora de perigo.

Esta ideia foi também reforçada pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, durante a última conferência de imprensa da Organização, dizendo que continua particularmente preocupado com muitos países que têm baixas taxas de vacinação, cujas populações correm muito mais risco de doenças graves, se não forem vacinadas.

Segundo o ECDC, com base nas evidências atualmente disponíveis e tendo em conta o elevado grau de incertezas existente, o nível geral de risco para a saúde pública, associado ao surgimento e disseminação do SARS-CoV-2 Ómicron na EU/EEE, é avaliado como muito alto, sendo por isso necessárias ações urgentes e muito determinadas, a fim de aliviar o já pesado fardo que pende sobre os sistemas de saúde e proteger os mais vulneráveis nos próximos meses.

Como se previa, a variante Ómicron já se tornou prevalente na maioria dos países e deverá ser considerada como um “vírus perigoso” até que existam dados que mostrem o contrário. O alerta foi reforçado por Anthony Fauci, conselheiro-chefe de saúde do presidente dos Estados Unidos durante o Fórum Económico Mundial a decorrer em Munique, na Suiça, entre os dias 17 e 21 de janeiro de 2022.

Referindo-se à fase pandémica propriamente dita, Fauci acentua que o mundo ainda está na primeira das cinco fases de uma pandemia que está a afetar de forma muito negativa a sociedade global, seguindo-se as fases de desaceleração, controlo, eliminação e erradicação. Não nos devemos iludir quanto à perigosidade da nova variante Ómicron, pois está a causar crescentemente mais hospitalizações e mortes, e mesmo os casos menos graves estão a inundar as unidades de saúde em todo o mundo e em particular na Europa.

Entretanto, o ECDC reforça a ideia de que os altos níveis de transmissibilidade de SARS-CoV-2 podem provocar nas próximas semanas elevadas taxas de ausências ao trabalho, inclusive entre os profissionais de saúde e outros trabalhadores de serviços essenciais, sobrecarregando as capacidades de testagem e rastreamento de contactos em muitos dos Estados-Membros da UE.

A pandemia provocada pela covid-19 veio pôr à prova as capacidades de cooperação internacional e mostrar de forma inequívoca a interdependência entre todos os países e regiões do mundo. Na realidade, nunca até hoje foi tão notória a natureza pluridimensional das crises, a coordenação internacional nas respostas sanitárias e os consequentes efeitos na economia e nos sistemas sociais. Além disso, veio dar maior visibilidade às desigualdades, levando à reflexão sobre a necessidade de maior solidariedade no apoio aos mais frágeis, pois existem outros tantos problemas conexos de natureza global que exigem respostas urgentes em 2022.

Apesar dos notáveis progressos científicos na descoberta das vacinas e na sua rápida produção e distribuição, por falta de solidariedade e outros fatores, não foi ainda possível assegurar um nível de vacinação equitativo. A maioria dos países mais ricos já se encontra vacinada com pelo menos duas doses e alguns com doses de reforço, porém nos países de rendimento mais baixo somente 9,4% recebeu uma primeira dose, o que inevitavelmente irá penalizar a economia Global.

A generalidade dos cientistas, indica que a maioria das vacinas COVID-19 de primeira geração tem como alvo a proteína S, que se prende à superfície externa do vírus SARS-CoV-2, e que é usado para infetar as células humanas. Porém, considerando a mais recente e abrupta evolução do vírus, estes vêm destacar a necessidade de novas vacinas de segunda geração que tenham como alvo constituintes do vírus menos suscetíveis de sofrer mutações.

Vários grupos de pesquisa e empresas farmacêuticas já estão a trabalhar em vacinas de proteção mais ampla, que visem as partes essenciais de que o vírus depende para a sua capacidade de mutação e sobrevivência. Especialistas alertam, no entanto, que provavelmente levará mais de um ano e generosos financiamentos até que se consiga obter algum sucesso.

Os primeiros focos da variante Ómicron, cuja origem ainda é desconhecida, foram reconhecidos e detetados na África do Sul e no Botswana no início de novembro de 2021, evento que coincidiu com o aumento de casos de COVID-19 na região e cuja transmissão se propagou pelo mundo, inicialmente através de viagens. Os sintomas gerados por esta nova variante pouco diferem da variante Delta mostrando-se, contudo menos fatal, mas igualmente perigosa.

Segundo as previsões do ECDC, os casos de infeção na Europa vão continuar a subir, impulsionados pelas novas variantes da Ómicron e pelas baixas temperaturas, que obrigam as pessoas a manter-se mais tempo em ambientes fechados e sem ventilação, propícios ao desenvolvimento da doença, alertando ainda que embora as vacinas evitem que muita gente adoeça e morra, nenhuma é 100% eficaz.

A liderar o processo de imaginar o futuro das ameaças infeciosas, a OMS congrega toda a informação obtida através de consultas a líderes mundiais e influenciadores de uma grande variedade de disciplinas para discutir o futuro, olhar para as tendências globais e construir consenso sobre as ações coletivas que a comunidade mundial pode realizar para atenuar os riscos em curso e previstos da COVID-19, bem como de outras potenciais ameaças infeciosas nos próximos 3 a 5 anos.

É também chegada a altura de os governos, organizações e profissionais de saúde pública começarem a pensar no enorme número de sobreviventes de COVID-19 que vão precisar durante algum tempo de cuidados continuados para uma variedade de sintomas físicos e psicológicos provocados pela pandemia e pelos longos períodos de isolamento a que estiveram sujeitos, sabendo-se desde já que pelo menos metade dos infetados permanece com sequelas até cerca de 6 meses, segundo um estudo alargado do Penn State College of Medicine da Pensilvânia, EUA.

Para avaliar os efeitos da infeção pelo vírus SARS-CoV-2 na saúde, a curto e longo prazo, os pesquisadores examinaram estudos mundiais publicados em dezenas de relatórios contendo dados de mais de 250 mil adultos não vacinados e crianças, diagnosticados com a doença entre dezembro de 2019 a março de 2021 e que recuperaram.

Dessa investigação resultou que os sobreviventes tiveram uma série de complicações de saúde associados à COVID-19 que afetaram o bem-estar geral dos pacientes e a sua mobilidade, com taxas de incidência praticamente constantes durante um a seis meses após o diagnóstico inicial da doença. Sintomas como cansaço extremo injustificado, dificuldade em respirar, dores no peito e articulações, bem como a perda de paladar ou do olfato, experimentados durante a doença, podem manter-se até seis meses ou mais após a recuperação da COVID-19, em adultos e crianças.

Responsáveis da ECDC têm vindo a insistir que a combinação de uma cobertura elevada de vacinação, aliada a uma redução efetiva de contactos sociais e higienização pessoal e dos ambientes, são fatores decisivos para reduzir o risco de sobrecarga nos sistemas de saúde nesta estação de inverno. Aos países competirá realizar esforços no sentido de aumentar de forma contínua a cobertura da vacinação em todas as faixas etárias elegíveis, onde também se incluem as crianças e os jovens da comunidade escolar.

Embora Portugal se mantenha entre os países com um dos mais elevados índices de vacinação de todo o mundo, a par de outros países da UE passou a constar da lista dos países de risco muito elevado, devido a um aumento sem precedentes de casos e fatalidades, sendo por isso necessária uma permanente vigilância, testagem contínua e manutenção dos cuidados preventivos, como distanciamento físico, higienização e melhor ventilação, em particular em ambientes escolares, dado se prever que sejam as crianças as mais atingidas durante os meses de inverno.

O tema da pandemia permanece na agenda dos governos de todo o mundo, levando-os a ponderar novas formas de resolver o problema dos desequilíbrios entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, através da criação de mecanismos mais eficazes de equidade na distribuição das vacinas pelos países economicamente mais débeis, como forma de proteger as fronteiras e impedir a propagação da COVID-19, tal como é reiteradamente recomendado pelos responsáveis da OMS e sem os quais nunca se conseguirá travar a pandemia.

O papel da OMS

Apesar das recomendações feitas pela OMS desde o início da pandemia, acerca da necessidade de uma postura ética e de equidade na distribuição das vacinas por todos os países e regiões do mundo, na realidade não foi possível atingir os objetivos delineados por aquela organização, dado que os países de alto e médio rendimento absorveram a maior parte das doses administradas em todo o mundo.

A eficácia vacinal e de testagem, resultou numa redução no número de contaminados e de mortes na generalidade dos países, tendo-se criado a falsa ideia de que tudo estava controlado. Na realidade, face aos resultados, criou-se um certo clima de consenso de que a doença vai permanecer entre nós, sendo por isso necessário retomar as atividades económicas e sociais normais, já que o processo de vacinação se revelou eficaz, a população interiorizou a necessidade de precaução e as entidades reguladoras da saúde, da maioria dos países, têm vindo a reportar uma certa estabilização no número de internamentos hospitalares, com o consequente alívio da pressão nas urgências, o que é positivo.

Segundo o ourworldindata.org da Universidade de Oxford, 60,2% da população mundial já recebeu pelo menos uma dose da vacina para a COVID-19, tendo já sido administradas 9,79 mil milhões de doses a nível Global e 30,15 milhões são administradas por dia atualmente. Todavia, apenas 9,4% das pessoas de países com baixos recursos económicos receberam uma dose, o que é manifestamente injusto, quando comparamos por exemplo com os Emiratos Árabes Unidos, que já vacinaram 92,26% da sua população completamente e 98,99% receberam pelo menos uma primeira dose.

Proporcionar o acesso equitativo Global a uma vacina segura e eficaz, protegendo os profissionais de saúde em especial e todos os que estão em maior risco, é para a OMS a única maneira de mitigar o impacto económico e de saúde pública das pandemias, sendo que as vacinas são comprovadamente a arma mais eficaz para debelar a COVID-19 e caminhar progressivamente com maior segurança para o objetivo de imunizar toda a população. Contudo, parece haver cada vez maior unanimidade entre os especialistas, indicando que vamos ter de conviver com a endemia no futuro, tal como acontece com a gripe e outras viroses. A questão que se coloca é se iremos continuar a viver como antes ou se teremos de nos readaptar a novas formas de vida.

Os efeitos na saúde mental

Não existem hoje dúvidas de que a reação à COVID-19 já impôs novas formas de vida, quer no plano individual quer em sociedade, na tentativa de controlar a infeção e que se irão manter no futuro. À pandemia sucedeu rapidamente uma crise económica e ambas têm tido consequências “invisíveis” na saúde mental das populações. A avaliação do impacto psicológico do confinamento e autoisolamento das populações, as consequências ligadas ao desemprego, às dificuldades económicas e à exclusão social que afetam a humanidade, de uma ou outra forma, ainda estão longe de poder ser feitas.

A saúde mental e o bem-estar devem ser entendidos como direitos humanos fundamentais e os países devem repensar um modelo de acesso aos cuidados no setor. Entre as recomendações da OMS estão o reforço dos serviços de saúde mental, a melhoria do acesso aos cuidados por via digital, o incremento dos serviços de apoio psicológico nas escolas, universidades, locais de trabalho e em particular para os trabalhadores da primeira linha no combate à pandemia.

A saúde mental é uma componente-chave da saúde humana que requer ação imediata dos governos. Sobre o tema, Margaritis Schinas, vice-presidente da Comissão Europeia deixa uma mensagem importante: “não há desculpas para atrasos” a lidar com o problema. Os cuidados com o bem-estar psíquico devem ser levados a sério, senão quando debelarmos esta pandemia teremos forçosamente de enfrentar outra – uma pandemia de saúde mental.

As novas variantes e a imunidade vacinal

Atualmente no terceiro lugar do ranking mundial de vacinação, segundo o site ourworldindata.org, há já alguns meses que Portugal ultrapassou o objetivo inicialmente indicado pela DGS para se atingir a imunidade de grupo, o que não veio trazer aos portugueses a “libertação total” da sociedade, como prematuramente foi anunciado.

Não podemos esquecer que a variante Delta do SARS-CoV-2, que em Portugal e na maioria dos países da UE atingiu uma prevalência de 99%, nos fez retroceder no longo percurso para debelar a doença. A sua evolução para a nova variante Ómicron, veio de novo baralhar os dados, muito embora os peritos indiquem que apesar de ser mais contagiosa, é menos letal, o que, contudo, não deixa de ser uma nova preocupação para especialistas e governantes.

A preocupação com o surgimento da nova mutação do vírus é generalizada, mas a vacinação continua a ser, sem dúvida, a arma comprovadamente mais eficaz para vencer esta batalha. Numa luta contra o tempo, entre a vacinação e a progressão da doença, é necessário pedir a todos sem exceção, à população em geral, aos profissionais de saúde, cuidadores informais e forças de segurança, um derradeiro esforço suplementar a fim de tentar travar definitivamente esta nova variante do SARS-CoV-2, e outras que eventualmente possam surgir.

Certificado Digital COVID-19 da UE

Os vírus não conhecem fronteiras! O certificado digital continua a ser uma ferramenta importante para travar a disseminação do vírus. Com um crescente número de países a desconfinar e a renunciarem à obrigatoriedade de quarentena para os seus cidadãos que possuam um certificado digital de vacinação, já adotados nas várias regiões do Globo, torna-se indispensável proteger as fronteiras e impedir a sua propagação de forma eficaz.

Na Europa, o certificado Digital COVID-19 da UE, em vigor desde o dia 1 de julho de 2021, foi criado com o objetivo de iniciar o desconfinamento no espaço da UE e facilitar a livre circulação entre os Estados-Membros para tentar salvar a economia. Para uma abordagem comum das medidas a adotar sobre viagens, os países acordaram então, estabelecer critérios uniformes de mapeamento das zonas de risco, através do uso de quatro cores identificativas num quadro-matriz de fácil e intuitiva interpretação.

Zona vermelho-escura: risco muito alto (mais de 500 casos por 100 mil pessoas); zona vermelha (entre 50 e 500 pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); laranja (menos de 50 casos por 100 mil pessoas e teste positivo igual a 4% ou mais); zona verde (menos de 25 casos por 100 mil pessoas e teste positivo inferior a 4%).

O Certificado Digital COVID-19 da UE, está disponível em formato digital e em papel, tem de ser renovado a cada seis meses e serve para comprovar que o seu portador foi vacinado contra a COVID-19, recebeu um resultado negativo do teste ou recuperou de uma infeção COVID-19.

Perspetivas

Como já referido, uma saída sustentável da pandemia na UE depende dos progressos realizados a nível mundial, pois nenhum país ou região do mundo estarão seguros em relação à COVID-19 se a sua propagação não for contida a nível Global. Nesse sentido, a UE e o conjunto dos Estados-Membros lideram desde a primeira hora o investimento no Mecanismo Mundial COVAX, que já entregou mais de 1,1 mil milhões de vacinas a países mais desfavorecidos, tendo definida uma abordagem coordenada para partilha de vacinas através de um mecanismo autónomo, com o fim de ajudar os países parceiros e de economias mais débeis, a superar a atual pandemia.

Esse mecanismo é coliderado pela Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI), The Vaccine Alliance (GAVI) e OMS, conjuntamente com a UNICEF, parceiro de distribuição, tendo por objetivo acelerar o desenvolvimento e fabrico de vacinas para a COVID-19 e garantir o acesso justo e equitativo para todos os países do mundo o que, no entanto, ainda está longe de se conseguir.

Entre nós, segundo o último relatório da DGS, foram recebidas até agora no país 23,2 milhões de doses e administradas 20,6 milhões. Destas, pelo menos 9,55 milhões de pessoas receberam uma primeira dose, 9,17 milhões receberam a vacinação completa e cerca de 4,01 milhões receberam uma terceira dose de reforço, o que corresponde a cerca de 94,0%, 90,3% e 39,5% da população, respetivamente, números que colocam Portugal atualmente nos primeiros lugares da corrida mundial da vacinação contra a COVID-19.

Ainda segundo a DGS já foram efetuados no País mais de 31 306 640 milhões de testes (PCR+ Antigénio). Apesar dos indicadores favoráveis de vacinação, as taxas de contágio da pandemia no nosso País dispararam para valores nunca antes atingidos, na primeira semana de janeiro de 2022, prevendo-se que se mantenha a subir, com o índice de transmissibilidade (Rt) também a manter-se em 1,11 na globalidade do território nacional e com a incidência de infeção nos últimos 14 dias a atingir um valor muito preocupante de 4490,9 casos de infeção por 100 mil habitantes.

Situação atual na Europa

Segundo a ECDC, a situação epidemiológica geral no espaço da UE / EEE na última quinzena, é caraterizada por uma taxa geral de notificação de casos alta e crescente e uma taxa de mortalidade que tem vindo igualmente a aumentar, embora a um ritmo inferior ao período homólogo de 2021. Observam-se agora taxas crescentes de notificação de casos e uma situação epidemiológica de grande ou muito elevada preocupação, em praticamente todos os Estados da UE / EEE. Esta situação é em grande parte motivada pela alta transmissibilidade da nova variante Ómicron maioritariamente prevalecente na região, que veio limitar a redução da transmissão alcançada através da vacinação.

As previsões de novos casos de infeção e mortes, produzidas pelo Centro Europeu de Previsões COVID-19 e de internamentos hospitalares e UCI indicam que a tendência dominante é de exponencial aumento de casos, bem como de internamentos hospitalares, mas de normalização nas admissões em UCI.

Em Portugal, o número diário de óbitos tem vindo de novo a aumentar, tendo-se registado nas últimas 24 horas mais 25 fatalidades. Foram ainda confirmados mais 39 074 novos casos de infeção pelo coronavírus SARS-Cov-2 (2º dia consecutivo com mais de 39 mil casos), o que perfaz um total – desde que a pandemia foi detetada no país em Março do último ano, de 2 059 595 infetados, 1 655 580 recuperados e 19 447 vítimas mortais. Há ainda a registar 384 568 casos ativos da doença, 2004 internamentos hospitalares e 152 casos críticos, que estão a ser acompanhados em UCI pelas autoridades de saúde.

O agravamento da situação tem vindo a condicionar o processo de desconfinamento e abertura económica na região europeia devido à predominância das novas variantes e a presença de inverno com baixas temperaturas, sentindo-se um certo receio entre as comunidades, devido à imprevisibilidade na evolução de outras potenciais estirpes da COVID-19.

É por isso necessário avançar com cuidado, ter paciência e saber esperar. É imprescindível que além da vacinação com doses de reforço, as demais regras de prevenção como o uso de máscara, a higienização pessoal e a prática de distanciamento, entre outras recomendações das autoridades da saúde e que o bom senso aconselha, sejam seguidas, mesmo após a vacinação completa.

A COVID-19 a nível Global

Segundo dados do site worldometers, que aglutina a informação disponibilizada pela OMS e pelos principais Centros de Controle e Prevenção de Doenças em todo o mundo, desde 31 de Dezembro de 2019 até hoje, dia 21 de janeiro de 2022, foram notificados em todo o mundo 343 519 027 casos de doença, incluindo 5 595 005 mortes e mais de 275 120 588 recuperados.

A nível Global o número de casos tem vindo a crescer exponencialmente, em particular na Europa, mas o número de mortes, embora com um ligeiro crescimento, tem vindo a estabilizar no mesmo período. Significativamente, o continente americano continua a ser o mais fustigado pela pandemia, em termos absolutos, com o número de infetados a ultrapassar 127 333 990, agora seguido da Europa com 110 222 493 reportados, da Ásia com um total de 93 038 222 infetados e de África também com um aumento para 10 657 105 pessoas. A Oceânia com 2 266 496 contaminados continua a ser o continente com menos casos registados, embora nas duas últimas semanas se tenha continuado a verificar um considerável incremento no número de infeções.

 

covid 19, mapa mundo

 

Independentemente da evolução ainda incerta da pandemia e de ainda poder vir a ser necessário prolongar as medidas de prevenção, a experiência de outras pandemias que surgiram no passado recomenda precaução absoluta pois, tal como outrora, a possibilidade de eclosão de novas vagas, particularmente neste inverno atípico permanece em aberto. A nova COVID-19 permanece latente, transmuta-se e já mostrou que não dá tréguas!

Apesar de se ter desvanecido algum do otimismo que se instalou um pouco por todo o mundo no último outono e que proporcionou o início de desconfinamento na maioria dos países, decorridos dois anos após a primeira infeção detetada em humanos, a incerteza quanto ao evoluir da doença mantém-se, particularmente agora com nova variante perigosamente contagiosa. Não podemos deixar ao acaso a nossa saúde, de nossos familiares e semelhantes. Todos os cuidados são poucos!

Caracterização do Vírus COVID-19

Os coronavírus são uma família de vírus de RNA que geralmente provocam doença respiratória leve em humanos, semelhante a uma gripe comum. Porém, algumas estirpes podem apresentar-se como uma doença mais grave, como a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) e a atual síndrome respiratória aguda severa (SARS-CoV-2).

O novo coronavírus (COVID-19) foi identificado pela primeira vez em humanos, na cidade de Wuhan, China, no final de Dezembro de 2019 e alastrou rapidamente para outras regiões, acabando por contaminar todo o planeta e tendo dado origem à atual pandemia. Muito embora ainda se desconheça sua origem, sabe-se que também possui capacidade de mutação em animais.

Epidemia vs pandemia

A palavra pandemia, deriva do grego “pandemias” (todos + demos=povo), para identificar uma epidemia de doença infeciosa que se espalha quase simultaneamente entre a população de uma vasta região geográfica como continentes ou mesmo pelo planeta.

Metodologia da atualização de dados

A atual situação epidémica é acompanhada em permanência pela OMS, FDA, ECDC, EMA, DGS e outras Entidades de Saúde Regionais que divulgam os principais indicadores relativos ao número de casos atingidos pela doença, bem como o número de mortes diretamente atribuíveis à COVID-19. Não obstante os números sejam alterados a cada momento, o quadro seguinte reflete os últimos dados conhecidos, tendo por objetivo mostrar uma panorâmica a nível Global que ajude a uma tomada de consciência das pessoas, tão realista quanto possível.

Situação Mundial da Pandemia a 21 de janeiro de 2022, segundo a OMS:

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

RECOMENDAÇÕES DA ECDC

Como se dissemina a COVID-19?

As pessoas podem ser infetadas pelo COVID-19 através de outras pessoas portadoras do vírus, inalando pequenas gotículas infetadas, ao tossirem e espirrarem ou ao tocar superfícies contaminadas e em seguida tocarem o nariz, a boca ou os olhos.

Quais são os principais sintomas da doença?

A COVID-19 afeta cada pessoa de forma diferente. A maioria das pessoas infetadas experimenta sintomas ligeiros a moderados da doença e recuperam naturalmente, mas para muitas outras pode ser mais grave.

Os sintomas principais incluem uma combinação de febre, tosse seca, dores de garganta, dificuldade para respirar, dor muscular e tensão, diarreia, cansaço anormal, perda de olfato ou paladar, dores de cabeça (variante Delta), Nariz entupido (variante Delta).

A mais recente variante Ómicron em circulação, provoca sintomas ligeiramente diferentes das anteriores, mais leves, que podem ser confundidos com uma vulgar constipação. Contudo trata-se de COVID-19 e não deixa de ser preocupante pois pode causar doença grave.

Surto de doença, O que precisa saber?

Se já esteve em áreas afetadas pela COVID-19 com risco de exposição ou entrou em contacto com pessoa infetada com a doença e se, no espaço de 14 dias, desenvolve tosse, febre ou falta de ar, dores de cabeça e nariz entupido, sem motivo aparente:

– Fique em casa e não vá para o trabalho ou escola.

– Ligue de imediato para o número de saúde do país em que deseja obter informações; certifique-se de que menciona os sintomas, histórico de viagens e os contactos tidos.

– Não vá ao médico ou hospital. Lembre-se que pode infetar outras pessoas. Se precisar de entrar em contacto com seu médico ou visitar o serviço de emergência hospitalar, ligue com antecedência; indique sempre os seus sintomas, o histórico de viagens ou contactos.

Como pode proteger-se e aos outros da infeção

– Evite o contacto próximo com pessoas doentes, especialmente as que tossem ou espirram.

– Tussa e espirre no cotovelo ou num lenço de papel, NÃO na mão. Descarte o lenço usado imediatamente num contentor do lixo fechado e lave as mãos com água e sabão.

– Evite tocar nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos.

– Lave regularmente as mãos com água e sabão, pelo menos durante 20 segundos ou use um desinfetante à base de álcool após tossir / espirrar, antes de comer e preparar alimentos, depois do uso do WC e após tocar superfícies em locais públicos.

– Pratique o distanciamento social, mantendo-se pelo menos a 2 metros de distância dos outros, especialmente de quem estiver a tossir ou espirrar.

– Mantenha os espaços arejados.

 

Linha de Apoio em Portugal (SAÚDE 24): (+351) 808 24 24 24

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
10 de Abril de 2024

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