COVID-19: NA IMINÊNCIA DE SEGUNDA VAGA

COVID-19: NA IMINÊNCIA DE SEGUNDA VAGA

SOCIEDADE E SAÚDE

  Tupam Editores

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Com o número de infetados com a COVID-19 em todo o mundo a ultrapassar 32 milhões de pessoas, o número de mortos prestes a atingir um milhão, e o Governo português a anunciar a manutenção do estado de contingência até 14 de outubro, é altura de fazer um balanço e prepararmo-nos com o maior cuidado para os próximo meses do outono/inverno em que é expectável que à atual pandemia se juntem as cíclicas viroses de gripe e constipações.

Na realidade a COVID-19 parece não estar a abrandar ou sequer a dar tréguas. Pelo contrário, a cada dia surgem novos casos e focos de infeção, designadamente no nosso país onde esta doença se está a propagar e a causar vítimas, quando se pensava que a tendência seria de abrandamento.

O recente anúncio de que alguns países europeus nossos parceiros da União Europeia (EU), haviam colocado várias regiões de Portugal na lista vermelha de risco epidemiológico devido ao aumento de infeções por COVID-19, vem confirmar que não podemos “baixar a guarda” à doença, devendo seguir-se rigorosamente as recomendações dadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e outras autoridades de saúde.

A própria Alemanha, através do seu Ministério dos Negócios Estrangeiros, acaba de acrescentar à sua lista vermelha de risco a Área Metropolitana de Lisboa (AML), a par de muitas outras regiões de França, Irlanda, Dinamarca, Países Baixos, Áustria, Roménia e República Checa, além de Espanha, Itália e Reino Unido, o que significa que os viajantes que regressem dessas zonas, além de serem obrigados a realizar testes à COVID-19, têm de permanecer em quarentena até que os resultados sejam conhecidos.

Sinais preocupantes de uma segunda vaga da pandemia, chegam-nos um pouco de vários quadrantes e áreas científicas, incluindo de um virologista assessor do governo alemão, Chistian Drosten, afirmando numa entrevista para a Cimeira Mundial da Saúde (CMS) que irá decorrer em Berlin de 25 a 27 de setembro, que a verdadeira pandemia do novo COVID-19 só agora começou, e alertando para que a abordagem de luta deve ser alterada a fim de poder enfrentar-se a pandemia, com êxito, nos próximo meses.

Entretanto, com a pandemia da COVID-19 sem fim à vista, nunca será demais recordar que desde sempre, todos os profissionais de saúde carregaram consigo uma certa aura de anjos da guarda dos seus pacientes, realidade agora aumentada com a tragédia mundial provocada por esta pandemia, que sem aviso inundou de pacientes as unidades hospitalares do planeta, provocando dramáticas alterações no cotidiano destes profissionais e de suas famílias, a quem todos nós devemos um especial agradecimento.

Travar a propagação da COVID-19 tem sido uma batalha hercúlea com avanços e recuos. Em Portugal a situação tem-se vindo a agravar nas últimas semanas com um preocupante aumento do número de contágios, provável resultado do incremento do número de testes, alguma negligência devido sobretudo ao cansaço das pessoas pelo longo confinamento a que foram sujeitas, bem como às primeiras tentativas de regresso às atividades ditas normais.

Segundo os dados mais recentes divulgados pela DGS através do seu boletim epidemiológico diário, nas últimas 24 horas morreram mais três pessoas e foram confirmados mais 691 casos de infeção pelo coronavírus SARS-Cov-2, o que perfaz, no total, desde que a pandemia foi detetada no país, 71 156 infetados, 46 549 recuperados e 1 931 vítimas mortais. Há, ainda, a registar 22 549 doentes ativos, acompanhados pelas autoridades de saúde.

O reforço das medidas preventivas contra a COVID-19, sucessivamente anunciadas pelo Governo visando travar um aumento de contágios, previsível com a gradual retoma das atividades escolares e profissionais, não está a produzir os resultados esperados, sendo por isso espectável que novas restrições ou medidas adicionais venham a ser impostas.

Uma das mais recentes medidas tomadas pelo executivo, como forma de evitar a concentração de pessoas, foi o anúncio de que os locais de trabalho passem a ter, com caráter obrigatório, um desfasamento de horários, devendo existir horários diferenciados de entrada e saída, bem como horários diferenciados para pausas e refeições. Além disso, os serviços devem também funcionar com as equipas em espelho, isto é, com escalas de rotatividade entre teletrabalho e trabalho presencial.

No regresso às escolas em regime presencial, o governo procurou garantir a readaptação do funcionamento das escolas à nova realidade sanitária, planos de contingência em todos os estabelecimentos de ensino, distribuição de equipamentos de proteção individual e um referencial de adaptação perante casos suspeitos, positivos ou de surtos.

Para fazer face aos problemas nas estruturas residenciais para idosos, foram criadas “brigadas distritais de intervenção rápida”, a fim de conter e estabilizar os surtos epidémicos nos lares, sendo que a maioria destas equipas, envolvendo médicos, enfermeiros e técnicos de diagnóstico, já se encontram em campo.

Portugal e a europa de um modo geral vão entrar “numa fase crítica” devido à mudança de estação, início do ano letivo e recomeço de muitas atividades, e a batalha não está ganha! É absolutamente crucial manter a pandemia controlada, e isso depende em primeiro e em último lugar do comportamento individual de cada um de nós.

Temos um Serviço Nacional de Saúde (SNS) robusto e fortalecido e, sem dúvida, excelentes profissionais de saúde, mas a melhor forma de os ajudar é evitar ficar doente, sendo para isso imprescindível adotar todas as medidas preventivas que pudermos e que dependem exclusivamente de nós.

Embora previsivelmente a pandemia se venha a manter entre nós por longo período, se as regras de prevenção forem cumpridas e o seu crescimento conservado sob controle, iremos ganhar mais esta batalha, até que o desenvolvimento de uma “vacina milagrosa” nos liberte do medo e da desconfiança em que vivemos.

As vacinas para combate à COVID-19

Há informações contraditórias em torno da data provável para termos acesso a uma vacina para a COVID-19. Epidemiologistas referem que só na primeira metade do próximo ano teremos as primeiras vacinas disponíveis para inocular em grupos restritos de pessoas, mas que não se deve contar com elas nas farmácias comunitárias antes da segunda metade de 2021.

De facto, há por todo o mundo dezenas de equipas a testar várias vacinas promissoras, algumas delas já em fase final de ensaios clínicos, todavia os cientistas têm vindo a referir que nenhuma delas deverá estar pronta antes do fim do ano, não obstante alguns anúncios prematuros de entidades não ligadas à investigação científica, setor que obviamente está sob enorme pressão.

O chefe da Organização Mundial da Saúde pede aos países que contribuam com recursos estimados em cerca de 13 mil milhões de euros, a fim de ajudar a conter a pandemia do novo coronavírus, através da distribuição em 2021 de 2 mil milhões de doses de vacina.

Segundo o seu diretor-geral, Tedros A. Ghebreyesus, o programa ACT-Accelerator da OMS já apoia o desenvolvimento de potenciais vacinas, medicamentos e diagnósticos, mas é preciso aumentar rapidamente a capacidade de ensaios clínicos, de fabrico, de licenciamento e de regulamentação para que esses produtos possam chegar às pessoas e começar a salvar vidas.

A COVID-19 a nível Global

Segundo o site worldometers, que aglutina a informação disponibilizada pela OMS e pelos principais Centros de Controle e Prevenção de Doenças em todo o mundo, desde 31 de dezembro de 2019 até hoje, dia 25 de setembro de 2020, foram notificados em todo o mundo 32 440 353 casos de doença, incluindo 988 175 mortes e 23 946 047 recuperados, números que não param de crescer, nomeadamente a nível das fatalidades.

O continente americano continua a ser o mais fustigado, com o número de infetados a ultrapassar 16 265 552 (50%), seguido da ásia com mais de 9 944 962 casos (31%), da europa que já ultrapassa os 4 634 468 (14%) e de África que regista 1 437 781 (4%).

Todavia, é em alguns países do continente asiático, e mais recentemente na europa, com o ritmo de contágios a acelerar em cinco países, que já ultrapassam os 120 casos de COVID-19 por 100 mil habitantes, que reside a maior preocupação.

covid 19, mapa mundo

A experiência de outras pandemias que eclodiram no passado recomendam precaução. A COVID-19 não dá tréguas! Todos os cuidados são poucos! A incerteza quanto ao evoluir da doença mantém-se, designadamente quanto à possibilidade de eclosão de novas vagas no futuro.

Caraterização do novo vírus COVID-19

Os coronavírus são uma família de vírus de RNA que geralmente provocam doença respiratória leve em humanos, semelhante a uma gripe comum. Porém, algumas estirpes podem apresentar-se como doença mais grave, como o síndrome respiratório do Médio Oriente (MERS) e o síndrome respiratório agudo severo (SARS-CoV-2).

Um novo coronavírus (COVID-19) foi identificado em Wuhan, China, em final de dezembro de 2019 e alastrou por outras regiões, acabando por contaminar todo o planeta e tendo originado a atual pandemia.

Diferença entre epidemia e pandemia

A palavra pandemia, deriva do grego “pandemias” (todos + demos=povo), para identificar uma epidemia de doença infeciosa que se espalha quase simultaneamente entre a população de uma vasta região geográfica como continentes ou mesmo pelo planeta.

Metodologia de atualização de dados

A atual situação epidémica é acompanhada diariamente pela OMS, ECDC, DGS e outras Entidades de Saúde Regionais que divulgam os principais indicadores relativos ao número de casos atingidos pela doença bem como o número de mortes diretamente atribuídos ao COVID-19. Não obstante estes números estarem a mudar a cada minuto que passa, o quadro abaixo reflete os últimos dados conhecidos, sendo nossa intenção mostrar uma panorâmica a nível global que ajude a uma tomada de consciência das pessoas, tão realista quanto nos é possível.

 

Situação Mundial da pandemia a 25 de Setembro, segundo a OMS:

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo

covid 19, mapa mundo


RECOMENDAÇÕES DA ECDC

Como se espalha o COVID-19?

As pessoas podem ser infetadas pelo COVID-19 através de outras pessoas portadoras do vírus inalando pequenas gotículas infectadas ao tossirem ou espirrarem ou ao tocar superfícies contaminadas e em seguida tocarem o nariz, a boca ou os olhos.

Quais são os sintomas da doença?

A maioria das pessoas infetadas experimenta uma doença leve e recuperam naturalmente, mas para muitas outras pode ser mais grave. Os sintomas principais incluem uma combinação de:
– Febre
– Tosse
– Dificuldade para respirar
– Dor muscular
– Cansaço anormal

Surto de doença, O que precisa saber?

Se já esteve em áreas afetadas pelo COVID-19 com risco de exposição ou entrou em contacto com pessoa infetada com o COVID-19 e se, no espaço de 14 dias, desenvolve tosse, febre ou falta de ar:

– Fique em casa e não vá para o trabalho ou escola.

– Ligue de imediato para o número de saúde do país em que deseja obter informações; certifique-se de que menciona os sintomas, histórico de viagens e os contactos tidos.

– Não vá ao médico ou hospital. Lembre-se que pode infetar outras pessoas. Se precisar de entrar em contacto com seu médico ou visitar o serviço de emergência hospitalar, ligue com antecedência; indique sempre os seus sintomas, o histórico de viagens ou contactos.

Como pode proteger-se e aos outros da infeção

- Evite o contacto próximo com pessoas doentes, especialmente as que tossem ou espirram.
- Tussa e espirre no cotovelo ou num lenço de papel, NÃO na mão. Descarte o lenço usado imediatamente num contentor do lixo fechado e lave as mãos com água e sabão.
- Evite tocar nos olhos, nariz e boca antes de lavar as mãos.
- Lave regularmente as mãos com água e sabão, pelo menos durante 20 segundos ou use um desinfetante à base de álcool após tossir / espirrar, antes de comer e preparar alimentos, depois do uso do WC e após tocar superfícies em locais públicos.
- Pratique o distanciamento social: mantenha-se pelo menos a 1 metro de distância dos outros, especialmente de quem estiver a tossir ou espirrar.

Linha de apoio em Portugal (SAÚDE 24): (+351) 808 24 24 24

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
10 de Abril de 2024

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