COMO LIDAR COM A PERDA DE UM ANIMAL DE COMPANHIA

COMO LIDAR COM A PERDA DE UM ANIMAL DE COMPANHIA

COMPANHIA

  Tupam Editores

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Independentemente da idade, encarar a perda de um animal de companhia é uma das experiências mais difíceis que alguém pode viver...

A dor é tão intensa como se de um familiar próximo ou de um amigo se tratasse. Na verdade, perde-se um membro da família e um amigo fiel, e não “só um cão ou um gato”, como algumas pessoas geralmente pensam.

Criança triste

Durante anos habituámo-nos a ter por perto o nosso cão ou gato que, como uma sombra, acompanhava as brincadeiras das crianças e os nossos passos pela casa. Sabia a que horas chegávamos do trabalho, já conhecia as rotinas de cor, e até conseguia compreender o nosso humor.

Tínhamos sempre o seu apoio, sem criticas ou julgamentos; e o facto de estar permanentemente pronto para a brincadeira contribuía para aliviar o stress do quotidiano. Nos dias menos bons, nada era tão reconfortante como o seu olhar dedicado e o seu afago. Era companheiro, confidente e, ao partir, deixa crianças e adultos em sofrimento, a chorar a sua ausência.

Cada um de nós lida de forma diferente com situações idênticas, e isto também se aplica na hora da despedida de um animal que nos fez companhia durante anos, ou mesmo décadas. O período de luto é algo muito pessoal, e que cada qual tem de ultrapassar à sua maneira, mas não necessariamente sozinho. Chorar e expressar os sentimentos vai certamente tornar o sofrimento mais leve.

A morte de um animal de companhia – seja por doença, acidente ou velhice – pode ser traumática e um acontecimento marcante para o seu tutor. Lidar com a dor, conseguir dizer adeus e ultrapassar o período de luto são etapas de um processo que leva o seu tempo.

Lidar com a perda: as várias fases

Quanto tempo vai durar a tristeza? Quando conseguirá lidar com a perda mantendo a calma? Estas são questões que a maior parte dos tutores gostaria de ver respondidas, mas no entanto não é possível estabelecer um tempo para se estar triste – pois tudo dependerá da intensidade e tipo de relação que se tinha com o animal.

Negação, choque e isolamento é a primeira fase do luto, que acontece, geralmente, quando o animal ainda está vivo, mas se encontra já numa fase terminal ou em risco de morte.

Os tutores têm dificuldade em aceitar o seu fim, e evoluem para um estado de choque quando a morte efetivamente acontece. Na negação o tutor tem dificuldade em entender que o animal já morreu, tem a sensação que pode mudar a realidade e que o seu animal de companhia voltará a viver. Normalmente, nesta fase começa a investigar o porquê dos factos, e a procurar uma causa para a triste consequência que é a morte.

Dona a chorar por cão

Assim que se apercebem da realidade, os tutores sentem-se zangados e com raiva. Esta raiva pode ser direcionada para o veterinário que não salvou a vida do seu animal; para os familiares que não expressam os sentimentos da mesma forma e não respeitam a sua dor; pela sociedade; por Deus, podendo mesmo chegar a sentir-se traído pelo próprio animal de companhia que o deixou.

Apesar de racionalmente a raiva indiscriminada não ter lógica, emocionalmente os tutores não conseguem deixar de se sentirem zangados.

Depois vem a culpa. Este é um sentimento frequente quando falece um familiar. A tendência é para se pensar tudo, surgindo os “ses”: “Se tivesse consultado mais opiniões profissionais”; “Se lhe tivesse dado mais atenção”, etc.

Quando se trata de um animal de companhia a culpa é recorrente, pois o tutor é responsável por ele, e é quem toma todas as decisões que influenciam de forma determinante a vida do animal. Assim, este acaba por se sentir também responsável pela sua morte. Os casos em que a decisão de eutanásia se colocou, independentemente de ter sido ou não aceite, gera um sentimento de culpa no tutor, que se questiona se terá agido da melhor forma, quer por ter terminado o sofrimento do animal, quer por ter insistido no tratamento.

Para além do desânimo, a depressão também pode fazer parte das fases do luto. É natural ficar triste quando morre um ente que nos é querido, pois perde-se alguém que se amava, e que estava presente diariamente na nossa vida, mas a depressão é um estado psicológico que deve ser acompanhado por um médico especialista.

A maior parte das vezes esta fase caracteriza-se apenas por momentos de tristeza, que não chegam a tornar-se depressões, terminando quando se sente que há quem entenda a dor que se sente.

Partilhar este momento com outras pessoas que compreendem e passaram por situações semelhantes pode ajudar emocionalmente o tutor.

A recuperação dá-se pela aceitação da morte como algo que aconteceu e que não temos o poder de alterar. Há que encarar a vida tal como é e continuar a viver. Não é ainda uma altura de sorrisos ou de momentos felizes, mas é marcada por um regresso da calma e da paz.

Estas fases podem não se suceder e o tutor pode saltar entre os vários estados de alma e, inclusivamente, não experienciar todas as etapas. O processo de luto difere de indivíduo para indivíduo, logo, a recuperação tem de partir da própria pessoa e não de forças externas.

E seguir em frente não significa que esqueceu o seu animal. O tutor irá sentir sempre a falta do seu companheiro mas, com o tempo, a dor e o sofrimento serão amenizados.

Cão roer sapatos

No início haverá mais dias maus do que bons, mas chegará a altura em que recordará os bons momentos que viveram juntos e não a sua morte. Com tempo, irá rir ao relembrar as traquinices do animal – daquela vez em que lhe roeu o sapato, ou quando o fez tropeçar na rua, etc. Não desespere… melhores dias virão!

Manter a memória do “melhor amigo”

Quem gosta de animais de companhia tem pelo menos duas certezas: que a alegria é garantida sempre que entra em casa, e que os animais, infelizmente, vivem muito menos tempo do que se gostaria.

Quando o momento de dizer adeus chega, além da dor, algumas dúvidas envolvem a morte – como contar às crianças, o que fazer com os seus brinquedos e todas as suas coisas, como lidar com os animais que ficaram e, principalmente, o que fazer com o corpo.

Em vez de enterrar o cadáver no quintal (prática que representa um risco para a saúde pública e é suscetível de multa) como antigamente se fazia, alguns tutores recorrem aos veterinários que cremam e permanecem com os restos mortais do animal, contudo, a maior parte das pessoas hoje em dia opta por fazer uma cerimónia fúnebre ao seu “melhor amigo” e uma cremação individual, existindo já várias funerárias animais para o efeito, no país.

Em Portugal existe inclusive um serviço que ajuda a transformar esta tristeza numa boa memória.

Árvore na mão

Para que os tutores se sintam mais próximos do seu animal de companhia quando este diz adeus, esta empresa especializada em soluções eco-friendly criou um serviço que, além de o homenagear, o tornará eterno, e até dá um novo significado à expressão “ciclo de vida”.

A empresa encarrega-se de recolher e transportar o corpo, trata da cremação (e de todos os processos burocráticos), e as cinzas são entregues aos tutores numa urna 100 por cento biodegradável.

Compatível com qualquer semente, a urna foi especificamente desenhada para se converter numa árvore. Não tem data de validade, e possui uma estrutura onde a semente germina na cápsula superior, separada das cinzas.

Ao utilizar este serviço fúnebre ecológico de cremação de animais, o tutor não só contribui para um maior equilíbrio do planeta, como dá ao seu fiel amigo uma merecida homenagem e o retorno à vida através da natureza.

Pode igualmente dar um destino digno ao seu animal de companhia se optar por um cemitério de animais. No nosso país, o mais antigo situa-se no Jardim Zoológico de Lisboa, mas existem outros, onde poderá ter uma sepultura com uma lápide de identificação. A forma como vai homenagear a vida do seu animal fica ao critério de cada um.

Os animais de companhia são uma inspiração diária de lealdade e amor incondicional, e pela sua entrega e dedicação conseguimos descobrir sempre o que de melhor há em nós.

Dona e cão

Passado algum tempo do seu “melhor amigo” partir pode pensar em adotar outro animal. Mas atenção, este não deve ser visto como substituto do que perdeu mas como um animal independente e com um temperamento próprio. E não se precipite, toda a família deve querer um novo membro.

Como tutores de animais de estimação sabemos que a nossa expectativa de vida é maior, por isso devemos estar gratos enquanto eles estão presentes na nossa vida, e aproveitar bem todos os momentos de convívio.

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
15 de Março de 2024

Referências Externas:

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