A obesidade, uma preocupação crescente em todo o mundo, pode estar associada à ocorrência de tinnitus, ou zumbido no ouvido. Os estudos sugerem que as populações obesas apresentam maior risco de desenvolvimento ou progressão de tinnitus, no entanto, esta associação continua pouco explorada.
O zumbido no ouvido é um sintoma auditivo comum, caracterizado pela perceção do som na ausência de um estímulo auditivo externo, que afeta aproximadamente 10% a 15% da população.
O estudo, publicado online no Cureus, tinha como objetivo examinar o efeito da obesidade na prevalência de tinnitus na população dos EUA. Para o efeito, a equipa de investigadores do Hospital Geral de Lahore, no Paquistão, utilizou dados dos ciclos de 2015 a 2016 e de 2017 a 2018 do National Health and Nutrition Survey (NHANES). A análise final incluiu 5.452 adultos com 20 anos ou mais, participantes do NHANES.
O zumbido nos ouvidos foi referido por 863 (17,2%) participantes. Os investigadores descobriram que os adultos mais velhos, os homens e as pessoas obesas ou deprimidas apresentavam zumbidos com mais frequência. Observou-se ainda uma maior prevalência em adultos com obesidade em comparação com aqueles sem obesidade (433 (20,3%) versus 430 (15,0%)).
No modelo não ajustado, a obesidade esteve significativamente associada ao tinnitus (razão de probabilidade, 1,44), após o ajuste para as variáveis democráticas e outras co-variáveis, a associação manteve-se significativa (razão de probabilidade, 1,41).
Os resultados permitiram concluir que a obesidade parece estar associada de forma independente a uma maior prevalência de zumbidos. Segundo Ashir Ahtsham, um dos investigadores envolvidos no estudo, o impacto substancial da obesidade nos últimos anos e a sua associação com o zumbido nos ouvidos realçam a importância de considerar os fatores de risco metabólicos modificáveis como parte da gestão abrangente da condição.
