Prurido crónico é prevalente nos idosos e afeta qualidade de vida
O prurido crónico é frequente nos idosos e está associado a um comprometimento moderado da qualidade de vida específica para o prurido, de acordo com um estudo publicado recentemente online na Acta Dermato Venereologica.

O estudo transversal avaliou a prevalência de prurido crónico, os seus fatores associados e a qualidade de vida específica para o prurido em 4.474 participantes (idade média de 72 anos; intervalo: 48-99 anos, 58,8% mulheres) do Estudo de Roterdão, baseado na população. Os questionários avaliaram a comichão crónica atual, nos últimos 12 meses e ao longo da vida, juntamente com o questionário ItchyQoL.
Os especialistas verificaram que a prevalência de prurido crónico foi de 8,6% (atual), 10,5% (nos últimos 12 meses) e de 18,6% (ao longo da vida). Os fatores associados a maiores probabilidades de prurido crónico incluíram o sexo feminino, idade mais avançada, tabagismo, dermatite atópica, psoríase, relato de pele seca, asma, doença hepática esteatótica, polineuropatia, sintomas depressivos, ansiedade e sono de má qualidade.
Entre os indivíduos com prurido crónico atual, a qualidade de vida específica para o prurido estava moderadamente comprometida, com o maior comprometimento associado à dermatite atópica e a sintomas psicológicos. Devido ao desenho transversal do estudo não é possível inferir causalidade.
Para a equipa de investigadores, os resultados reforçam a importância de se reconhecer o prurido crónico como uma condição prevalente e multifatorial nas populações idosas e a necessidade de cuidados multidisciplinares, incluindo apoio psicológico.