GRIPE

Variante da gripe com novas mutações vai causar mais infeções

Cada nova temporada de gripe é imprevisível. Existem diversas variantes do vírus, e a sua prevalência alterna de ano para ano, sendo impossível prever com certeza como nos afetará. Mas, este ano, está a espalhar-se com força. Novas mutações levaram ao aumento de casos e a uma disseminação mais precoce, pelo que o pico das infeções pode ser atingido no Natal.

Variante da gripe com novas mutações vai causar mais infeções


A vacina contra a gripe é formulada com base nessas previsões mas, como existem muitas variantes, não é possível proteger contra todas, e alguns anos a proteção é maior do que noutros. Este ano surgiu uma variante da gripe com mutações específicas que fez com que a temporada comece mais cedo. Já há mais casos do que o esperado para esta época do ano, e isso terá consequências.

O vírus da gripe é como uma árvore genealógica que continua a crescer. A influenza A, um dos subtipos da gripe, será o foco principal este ano. Mais especificamente, a variante deste vírus denominada H3N2. O que aconteceu é que o H3N2 desenvolveu novas mutações – nada menos que sete novas mutações na proteína que o vírus usa para entrar nas células.

Essa proteína é como uma ficha policial. É a “cara” que os anticorpos usam para reconhecer e neutralizar o vírus. Se essa “cara” for alterada, o vírus deixa de ser reconhecido tão bem e pode espalhar-se com mais facilidade. E é isso que está a acontecer.

A variante deste ano foi chamada de subvariante K. A Organização Mundial da Saúde realça que não há evidências claras de que a variante K cause doenças mais graves por si só. O que parece acontecer é que ela produz mais casos em menos tempo, o que se traduz em mais hospitalizações devido ao grande volume de casos.

A vacina deste ano tinha como alvo o vírus H3N3, e não as subvariantes K, logo, existe uma discrepância entre o que está a ser administrado e o que está a circular. No entanto, os dados iniciais mostram que a vacina continua muito eficaz na prevenção de casos graves de gripe. Reduz os internamentos hospitalares em 75% em crianças pequenas e em até 40% nos idosos, os dois principais grupos de risco.

Paralelamente a esta época, está a ser testada uma nova geração de vacinas baseadas em mRNA, muito semelhante em conceito às utilizadas contra a Covid-19. Várias estão na fase 3 de ensaios clínicos, estando já a ser testadas em milhares de adultos.

Os resultados mostram que são mais eficazes do que as vacinas atuais. Como demonstrado com a Covid-19, outra vantagem é que podem ser atualizadas muito mais rapidamente. Por exemplo, se aprovadas este ano, já poderiam ser adaptadas à subvariante K. Existe apenas um problema para resolver.

Estas vacinas são tão potentes na ativação do nosso sistema imunológico que causam febre e outros efeitos adversos. Estes não duram muito tempo, mas podem levar à rejeição por parte da população, pelo que ainda tem de se esperar mais algum tempo antes de poderem ser utilizadas.

Fonte: Tupam Editores

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