Comer peixe várias vezes por semana pode diminuir agressividade
Consumir duas porções adicionais de peixe por semana beneficia a saúde do coração e ainda ajuda as pessoas a manterem-se mais calmas, sugere um estudo levado a cabo por investigadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.

Isto acontece porque os ácidos gordos ómega-3 têm a capacidade de diminuir os níveis de agressividade em pessoas de todas as idades, o que confirma que a dieta influencia o comportamento e a função cerebral.
Os ácidos gordos ómega-3 estão presentes principalmente em peixes de água fria, alguns frutos secos, como as nozes, nos vegetais folhosos verdes e nas sementes de linhaça e de chia. Este tipo de gordura poliinsaturada não é produzido naturalmente pelo corpo, portanto, é fundamental adquiri-la através da alimentação para melhorar a saúde cardiovascular e cerebral, podendo até ajudar a prevenir o risco de desenvolver esquizofrenia.
A meta-análise, publicada no jornal Aggression and Violent Behavior, analisou se a suplementação com ómega-3 poderia resultar numa redução da agressividade, utilizando três unidades principais de análise.
As análises de 29 ensaios clínicos randomizados (ECR) foram baseadas em 35 amostras independentes, 29 estudos independentes e 19 laboratórios independentes, abrangendo 3918 indivíduos, entre 1996 e 2024. Os participantes tinham idades compreendidas entre os 16 e mais de 60 anos, e todos foram submetidos a testes laboratoriais durante aproximadamente 16 semanas.
A análise considerou apenas os estudos que mediram a agressividade como variável de resultado, a fim de determinar se os níveis de ómega-3 ajudavam a reduzir diferentes tipos de agressividade, particularmente a reativa e a proativa.
Os resultados mostraram que níveis mais elevados de ómega-3 podem diminuir o comportamento agressivo em até 28%, independentemente da idade, sexo ou diagnóstico.
As descobertas revelaram evidências suficientes para se implementar a toma de suplementos de ómega-3 com o objetivo de reduzir a agressividade em crianças e adultos. Ainda assim, os especialistas realçam a importância de se utilizar a suplementação em conjunto com outras terapias, sejam elas psicológicas ou farmacológicas, especialmente nos casos em que os níveis de agressividade sejam particularmente elevados.