Um novo estudo, publicado no The Journal of Immunology, descobriu que, embora as quatro vacinas contra a gripe sazonal tenham produzido níveis semelhantes de anticorpos, a sua capacidade de ativar a imunidade celular varia muito.

Para determinar se uma vacina produz uma resposta imunológica, os investigadores geralmente observam os níveis de anticorpos. Níveis elevados de anticorpos em resposta à vacina contra a gripe protegem a pessoa contra a gripe grave. No entanto, os níveis elevados de anticorpos não garantem uma imunidade completa, e as pessoas continuam a poder apresentar infeções pós-vacinação, embora menos graves do que se não tivessem sido vacinadas.

Para compreender melhor o quadro completo da imunidade, os especialistas investigaram diferentes medidas de imunidade celular, que podem prever uma imunidade robusta e duradoura melhor do que a medição dos anticorpos isoladamente.

No estudo foram investigadas as vacinas: Fluzone High-Dose, Fluzone Standard-Dose, Flucelvax e Fluad.
Os pacientes foram recrutados entre setembro de 2023 e março de 2024. Foram recolhidas amostras de sangue de todos antes da vacinação e sete, 28 e 90 dias após a mesma.

As amostras recolhidas em diferentes momentos foram analisadas para medir as respostas imunológicas. Todas as vacinas conferiram aos pacientes imunidade a quatro estirpes da gripe: H1N1, H3N2, B Yamagata e Victoria.

A vacina Fluzone High-Dose gerou as respostas imunes de células B e T mais fortes e coordenadas em adultos mais velhos (65 a 85 anos). Isso incluiu a ativação precoce de tipos de células imunes chamadas células T auxiliares foliculares circulantes e células secretoras de anticorpos, que ajudam o sistema imunológico a construir memória de longo prazo.

Em adultos mais jovens (28 a 60 anos), a Flucelvax, a vacina à base de células de mamíferos, apresentou melhor desempenho do que a Fluzone Standard-Dose, a vacina padrão à base de ovos. Esta vacina induziu melhor as células imunes responsáveis por originar respostas imunes complexas (células T CD4⁺ multifuncionais secretoras de citocinas) e uma resposta de células B de memória mais robusta.

Para o Dr. Ted M. Ross, autor sénior do estudo, os resultados permitem uma compreensão mais abrangente de como diferentes vacinas contra a gripe estimulam o componente celular do sistema imunológico em várias faixas etárias, o que pode ajudar a orientar as recomendações de vacinação.

Esta investigação poderá contribuir para o desenvolvimento de vacinas contra a gripe de próxima geração ou universais que ofereçam uma proteção mais ampla e duradoura, uma vez que os resultados realçam a importância de incluir marcadores imunológicos celulares na avaliação e no desenvolvimento das vacinas.

O objetivo dos especialistas é desenvolver uma vacina universal contra a gripe que proporcione uma imunidade ampla e duradoura contra todas ou a maioria das estirpes do vírus influenza, pois isso poderia reduzir a necessidade de vacinação anual contra a gripe.