Muito ou pouco sono associado ao risco de bexiga hiperativa
O risco de bexiga hiperativa (BH) está associado tanto à curta quanto à longa duração do sono, de acordo com um estudo realizado por investigadores da Universidade de Medicina Tradicional Chinesa de Guangzhou, na China.

A BH é uma síndrome de disfunção do trato urinário inferior, caracterizada por sintomas como urgência urinária, frequência urinária e noctúria, que afeta seriamente a qualidade de vida e a saúde psicológica dos pacientes. A prevalência global é de cerca de 10% a 16%, mas com o envelhecimento da população os números tendem a aumentar.
No estudo, publicado em setembro na Frontiers in Medicine, os especialistas e colegas avaliaram as associações entre a duração do sono e os distúrbios do sono com o risco de BH. A análise incluiu 27.302 adultos que participaram da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição (NHAMES) de 2005 a 2018, dos quais 5.601 (20,5%) foram diagnosticados com BH.
Foi observada uma relação significativa, não linear e em forma de U, entre a duração do sono e o risco de BH. Em comparação com indivíduos com duração de sono de 6 a 9 horas, aqueles com duração de sono curta (≤ 6 horas) apresentaram risco ligeiramente menor de BH (razão de chances = 0,94), enquanto aqueles com duração de sono longa (≥ 9 horas) apresentaram risco significativamente maior (razão de chances = 2,54).
Houve uma associação independente entre distúrbios do sono autorrelatados e um risco elevado de BH (razão de chances, 1,46).
As descobertas destacam a importância da gestão do sono no tratamento da BH. Intervenções comportamentais, incluindo educação sobre higiene do sono e treino vesical, podem ajudar a mitigar os sintomas e melhorar os resultados dos pacientes.