MÚSCULO

Atrofia muscular revertida em doentes com artrite reumatoide

Pacientes com artrite reumatoide (AR) aumentaram o volume muscular das pernas quando tratados com um medicamento antirreumático, o que representa uma nova esperança de melhorar a saúde muscular.

Atrofia muscular revertida em doentes com artrite reumatoide


A sarcopenia é uma doença musculoesquelética progressiva relacionada à idade, que se caracteriza pela perda de massa muscular, força e desempenho físico, o que aumenta o risco de quedas, fraturas, incapacidade física e mortalidade.
Atualmente, não existem medicamentos aprovados para reverter a doença, que causa atrofia muscular. Ela é comummente observada em pacientes com AR, nos quais a inflamação crónica contribui para a perda de massa e força muscular.

No estudo, publicado na revista The Lancet Rheumatology, a equipa de investigadores da Universidade de Newcastle e do Newcastle upon Tyne Hospitals NHS Foundation Trust mediu os músculos das pernas de 15 pacientes através de ressonância magnética após 1 mês e 6 meses.

Os pacientes receberam tofacitinibe, um inibidor da família de enzimas Janus quinase (JAK) utilizado para tratar AR, como parte de um estudo experimental. Após 6 meses, o volume muscular dos participantes aumentou 4% em toda a perna, equivalente a um aumento médio de 242 cm³, e 5% na coxa.

Além do aumento no volume muscular, o estudo RAMUS também relatou alterações na expressão génica do tecido muscular com o tratamento, que foram opostas às alterações observadas no envelhecimento muscular.
Um total de 13 pacientes apresentou eventos adversos, a maioria dos quais leves.

Esta investigação é a primeira a demonstrar que os medicamentos inibidores de JAK podem reverter a sarcopenia na AR. Sabe-se que a sarcopenia também é observada em muitas outras doenças e na terceira idade, mas nenhum medicamento está aprovado para a reverter.

Segundo o Professor John Isaacs, líder do estudo, as descobertas apoiam as evidências crescentes de que a inflamação, evidenciada por citocinas pró-inflamatórias, pode contribuir para a perda muscular.
O tratamento com tofacitinibe levou ao aumento do volume muscular nos pacientes e desencadeou alterações na atividade dos genes musculares que contrariam os padrões tipicamente observados no declínio muscular relacionado à idade, o que sugere um efeito biológico distinto.

Embora o estudo não tenha demonstrado melhora na força muscular, os pacientes com artrite frequentemente têm dificuldade para realizar testes de força devido à dor nas articulações e, portanto, isso não diminui os potenciais benefícios da reversão da sarcopenia, pois sabe-se que ela aumenta o risco de quedas, fraturas, incapacidade física e mortalidade.

Apesar de serem necessários estudos maiores para testar as descobertas, é animador pensar no potencial desses medicamentos para tratar a atrofia muscular.

Fonte: Tupam Editores

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