No estudo, publicado no jornal Therapeutic Advances in Psychopharmacology, o tratamento consistiu em duas sessões de 25 mg de psilocibina, além de três sessões preparatórias e seis sessões de integração. A gravidade da depressão dos participantes foi avaliada através do Inventário Rápido de Sintomatologia Depressiva autoavaliado em 3 semanas (desfecho primário) e 20 semanas após a segunda dose (acompanhamento de longo prazo).

A maioria dos participantes experimentou uma redução clinicamente significativa dos sintomas de depressão. Os resultados renovam as esperanças aos milhões de pessoas que lutam contra os transtornos depressivos, especialmente aqueles que não respondem aos tratamentos existentes.

O objetivo do estudo era avaliar a viabilidade, a segurança e a eficácia da psilocibina com suporte psicoterapêutico para a depressão resistente ao tratamento. Foram investigados ainda preditores dos resultados do tratamento e a variabilidade individual nas respostas.

Fatores como a mentalidade do participante antes da dosagem, ter uma experiência espiritual durante a sessão ou mudanças de mentalidade foram identificados como preditores do sucesso do tratamento. Por outro lado, as expetativas com o tratamento não foram um preditor confiável.

Os resultados permitiram concluir que a psicoterapia assistida por psilocibina é um regime de tratamento eficaz na prática para pessoas com depressão resistente ao tratamento. E embora nem todos os participantes tenham experimentado melhora substancial, não apresentaram efeitos adversos graves – uma descoberta que vai de encontro aos estudos realizados anteriormente.

De acordo com a Professora Susan Rossell, investigadora principal, as descobertas iniciais são promissoras e abrem caminho para futuras investigações com psicadélicos numa série de condições de saúde mental.
A depressão é uma condição debilitante, e este estudo pode ter um impacto real em inúmeras vidas – não só das vítimas, mas também das suas famílias.