É só quando o pé se move muito dentro do ténis ou há um buraco num deles, quando a sola já está gasta, ou a espuma já não amortece como antes, que nos apercebemos que precisamos de substituir o calçado de corrida. Mas porque é que chega esse momento? É pelo uso excessivo? Por serem utilizados em corridas em asfalto muito molhado? Ou devido aos quilómetros percorridos?
Embora muitas vezes o ignoremos, a verdade é que isso pode influenciar o conforto, o desempenho e a prevenção de lesões. De acordo com Marta Molina, especialista em traumatologia, quando o calçado ultrapassa a sua vida útil, pode causar desconforto nos joelhos, tornozelos, pés e até nas ancas, além de aumentar o risco de outras lesões e distensões musculares.
A verdade é que os ténis são talvez o material mais importante na corrida. Geralmente a recomendação da maioria dos fabricantes é trocar de calçado após 500km a 700km. A partir dos 700 km começam a perder parte do amortecimento, suporte e estabilidade, o que pode causar desconforto ou lesões.
No entanto, este número pode variar consideravelmente dependendo do tipo de calçado, do peso do praticante, da intensidade de utilização e da superfície da corrida. Por outras palavras, a duração do calçado não será a mesma para uma pessoa muito magra a correr em asfalto e para alguém mais pesado que corre nas montanhas.
Existem vários sinais que indicam quando é necessário substituir os ténis de corrida: Desgaste da sola nas zonas interior, exterior e intermédia observando outras camadas; Sentir que a sola intermédia colapsa facilmente sobre pressão e observar dobras longitudinais na zona; Observar desgaste na zona do calcanhar ou rasgos na zona superior do ténis; Sentir aumento de dores depois de correr.
Mesmo que pareça que ainda se podem utilizar os ténis durante mais algum tempo, estes sinais são indicadores claros de que já não estão a cumprir a sua função. Não descure o seu estado. Não espere até que a dor apareça ou que os ténis se comecem a desfazer para os substituir. Prevenir é fundamental.
