Denominada Delphi-M2, a nova ferramenta ajuda a detetar várias doenças com recurso a eventos médicos e a fatores relacionados com o estilo de vida das pessoas (desde o histórico de fumador, a idade, o sexo ou até se já foi obeso) e pode prever várias patologias e mudanças na saúde com mais de uma década de antecedência.

O novo modelo de IA foi testado com base no registo de mais de 400 mil pessoas. Segundo Tomas Fitzgerald, cientista do Instituto Europeu de Bioinformática do EMBL, o Delphi-2M aprende os padrões e pode prever resultados futuros de saúde, podendo ser usado para detetar o risco de cancro, diabetes, doenças respiratórias, doenças cardíacas e outro tipo de distúrbios.

Quando se entra num consultório, o médico está habituado a usar este tipo de ferramentas e consegue identificar quatro grandes riscos que estão no futuro do paciente mas também identifica o que se pode fazer para mudar esse cenário.
Provavelmente, todos os indivíduos serão orientados para perder peso, e se fumam serão orientados a abandonar o vício, e isso estará nos dados do paciente.

Essa recomendação não mudará significativamente mas, para algumas doenças, poderá haver algumas coisas muito específicas. Tudo depende do historial de doenças de cada pessoa, com precisão comparável à dos modelos existentes de doenças únicas.

A natureza generativa do Delphi-2M também permite uma amostra de trajetórias sintéticas de saúde futura, fornecendo estimativas significativas da carga potencial de doenças até 20 anos. Modelos generativos como este poderão um dia ajudar a personalizar o atendimento e antecipar as necessidades de saúde em larga escala.

As descobertas, publicadas na revista Nature, evidenciam que se pode estar perante um novo começo e uma nova era que ajuda à saúde.