DIABETES

Pré-diabetes implica maior risco de vida entre os 20 e os 54 anos

A pré-diabetes – quando o nível de glicose no sangue em jejum está acima do normal, mas ainda não está tão alto para ser considerado como diabetes –, implica maior risco de vida em pessoas dos 20 aos 54 anos do que em populações mais velhas, de acordo com um estudo levado a cabo por investigadores da Universidade de Buffalo, nos EUA.

Pré-diabetes implica maior risco de vida entre os 20 e os 54 anos


A realização do estudo ficou a dever-se a evidências contraditórias sobre a associação entre pré-diabetes e mortalidade. Esta associação permanece complexa, principalmente quando se consideram fatores como dados demográficos, estilo de vida e comorbidades.

Para o estudo, publicado recentemente no JAMA Network Open, a equipa analisou dados da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição (NHANES). Foram examinados dados de 38.093 adultos com 20 anos ou mais, que foram entrevistados, dos quais 9.971 (26,2%) tinham pré-diabetes.
Os participantes eram considerados pré-diabéticos se autorrelatassem que eram, ou se a sua hemoglobina A1c, uma média trimestral dos níveis de glicose no sangue, estivesse entre 5,7% e 6,4%.

Os dados mostraram uma associação significativa entre pré-diabetes e mortalidade antes que os investigadores controlassem as variações entre dados demográficos, fatores de estilo de vida e comorbidades. Mas, uma vez controlados esses fatores, a associação desapareceu.

Descobriu-se, no entanto, que a relação significativa entre pré-diabetes e mortalidade se manteve após o ajuste quando a análise se concentrou em adultos dos 20 aos 54 anos.
Segundo a primeira autora, Obinna Ekwunife, é possível que os adultos mais velhos tenham maior propensão para ter comorbidades, logo, essas condições crónicas podem ofuscar o impacto da pré-diabetes.

Outra possibilidade é que a pré-diabetes em adultos mais jovens possa refletir uma trajetória de doença mais prejudicial, com início mais precoce da disfunção metabólica.
Pode haver ainda uma predisposição genética mais forte, que leve a uma progressão mais rápida da doença, assim como disparidades de saúde, como acesso reduzido a cuidados ou menor envolvimento em cuidados preventivos regulares entre as populações mais jovens.

Seja qual for a causa, os resultados refletem a necessidade de estar mais atento à identificação e intervenção precoces da pré-diabetes entre os adultos mais jovens.
Fica evidente também a importância de adaptar os programas de prevenção da diabetes para serem mais acessíveis e atraentes para as populações mais jovens, possivelmente incorporando recursos como plataformas virtuais, modelos liderados por pares ou estratégias de envolvimento mais flexíveis.

Os médicos devem ter em mente que a intervenção precoce pode prevenir tanto a progressão para a diabetes quanto a mortalidade prematura, e ainda dá aos pacientes a oportunidade de fazer mudanças proativas no seu estilo de vida de forma a prevenir a progressão da doença.

Fonte: Tupam Editores

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