A indigestão existe e é um choque térmico, mas não tem nada a ver com o que comemos. Além disso, a digestão é um processo longo que não termina em duas horas... ou talvez termine. Existem alimentos para os quais duas horas são mais do que o suficiente para todo o processo. Saber quais são pode ajudar a evitar um estômago pesado e a planear que atividades se podem fazer depois, ou se se deve esperar mais tempo.

A digestão é o mecanismo biológico pelo qual transformamos os alimentos em nutrientes essenciais para que o nosso corpo desempenhe as suas funções: as proteínas dos alimentos são convertidas em aminoácidos, as gorduras em ácidos gordos e os hidratos de carbono em glicose. Isso permite-nos reparar os tecidos e obter energia para as células.

Durante este processo, os alimentos passam por quatro fases, no entanto, associa-se mais à segunda fase – a do estômago. Contudo, não há um tempo definido para os alimentos saírem do estômago. Varia muito, e estes vão saindo em pequenas quantidades à medida que se decompõem.

O período de digestão de duas horas não é um número arbitrário. Os médicos utilizam-no como um indicador médio. Pode-se dizer que é o período em que o estômago é considerado mais ativo durante uma refeição.

Após essas duas horas, o risco de refluxo gástrico (aumento da acidez) será reduzido, havendo tempo para que o sangue, que se concentra no estômago no início da digestão, se redistribua. Por isso, aconselha-se não dormir até duas horas após o jantar e evitar atividades físicas extenuantes nas duas horas a seguir à refeição.

A regra das duas horas permite-nos descansar melhor e dormir com melhor qualidade. Não significa que a digestão já terminou. Os nossos intestinos continuarão a funcionar durante muitas horas após as refeições. Por essa razão, quanto mais cedo se jantar e quanto mais leve for o jantar, mais descanso daremos ao nosso corpo.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, entre outras organizações, nadar depois de comer não apresenta riscos. Não há evidências de que isso cause mais cólicas ou risco de afogamento. Apesar de mais sangue ser enviado para o estômago, o corpo sabe como o redistribuir, se necessário, e todo o corpo recebe fluxo sanguíneo para que os músculos possam mover-se com segurança.