O ar condicionado é bom quando refresca, não quando congela. De acordo com Fernando Fabiani, médico formado pela Universidade de Sevilha, essa é a chave para evitar constipações, enxaquecas ou dores lombares no verão. E também é a melhor forma de reduzir os custos de energia e manter-se confortável.

São várias as organizações que recomendam manter a temperatura do aparelho entre 24 e 26 graus durante os meses mais quentes. Ajustar abaixo dos 23 graus será prejudicial à saúde e ao planeta.
Segundo a Sociedade Espanhola de Pneumologia e Cirurgia Torácica (SEPAR) – que defende uma temperatura à volta dos 25 graus –, 20% dos casos de constipações, laringites e faringites são causados pelo uso inadequado do ar condicionado.

O contraste térmico, que é a diferença repentina de temperatura entre dois ambientes ou momentos, é incómodo e debilitante. Quando a diferença entre o interior e o exterior ultrapassa os 10 graus, o corpo reage inflamando as mucosas respiratórias para proteger os seus órgãos, os pulmões.

Deixar o ar condicionado ligado durante toda a noite até pode parecer uma boa ideia quando numa onda de calor, no entanto, dormir num ambiente seco e frio tem as suas consequências. De acordo com o otorrinolaringologista Juan Carlos Casado, isto é totalmente desaconselhado, pois muitas pessoas respiram pela boca e ressonam. Ao respirar pela boca, a probabilidade de irritação na garganta é extremamente elevada.

A alternativa é simples: programar o aparelho uma hora antes de se deitar, com uma temperatura entre os 25 e os 27 graus. Isso garante um ambiente mais fresco e não haverá necessidade de dormir com o ar condicionado ligado. Desta forma, conseguirá descansar sem perturbações, evitar desconforto na garganta e manter uma humidade aceitável no quarto.

Para manter o ambiente fresco sem perturbações, pode combinar o uso do ar condicionado com medidas físicas básicas. Baixar as persianas, fechar portas e janelas, usar cortinas opacas ou ventilar o quarto logo pela manhã ajudará a manter o ar fresco sem recorrer a temperaturas extremas. Este tipo de ações simples não só evitam o desperdício de energia, como prolongam a vida útil do sistema.

O problema é que não se trata apenas da temperatura mas também do local de onde o ar sai. Quando o jato atinge o nosso corpo diretamente, causa espasmos musculares, pelo que se deve evitar que isto aconteça.
O fluxo de ar deverá estar direcionado para o teto, pois o ar frio desce devido à sua própria densidade. Dessa forma, é melhor distribuído por todo o ambiente sem criar um jato constante na cabeça ou nas costas das pessoas.

O desempenho do ar condicionado também depende do seu estado. Um aparelho que esteja sujo ou com filtros entupidos terá de trabalhar mais para obter o mesmo resultado que outro em perfeitas condições. Isso não só aumenta o consumo, como pode causar infeções respiratórias se os germes se acumularem.
Limpar o aparelho regularmente, verificar o nível de humidade e não o deixar arrefecer demais são medidas básicas que definitivamente previnem imensos problemas.