No estudo, publicado na Nature Aging, os investigadores analisaram como quatro dietas diferentes podem afetar o desenvolvimento de doenças crónicas em idosos.
Três das dietas estudadas eram saudáveis e focavam-se no consumo de vegetais, frutas, grãos integrais, nozes, leguminosas, gorduras insaturadas e redução do consumo de doces, carne vermelha, carne processada e manteiga/margarina. Já a quarta dieta era pró-inflamatória e focava-se em carne vermelha e processada, grãos refinados e bebidas açucaradas, com menor consumo de vegetais, chá e café.

A investigação incluiu 2.473 idosos na Suécia, que foram acompanhados durante 15 anos. Os especialistas descobriram que aqueles que seguiam dietas saudáveis apresentavam um desenvolvimento mais lento de doenças crónicas. Isto aplicava-se às doenças cardiovasculares e à demência, mas não a doenças relacionadas com os músculos e ossos.
Por outro lado, os indivíduos que seguiram a dieta pró-inflamatória aumentaram o risco de desenvolver doenças crónicas.

Para Adrián Carballo-Casla, coautor do estudo, os resultados mostram a importância da dieta para influenciar o desenvolvimento de multimorbidade nas populações idosas.

O próximo passo do estudo é identificar as recomendações alimentares que podem ter maior impacto na longevidade e os grupos de idosos que mais podem beneficiar delas, com base na sua idade, género, histórico psicossocial e doenças crónicas.

As descobertas corroboram a qualidade da dieta como um fator de risco modificável para a progressão da multimorbidade em idosos, com possíveis implicações para diretrizes alimentares, estratégias de saúde pública e prática clínica.