Exercícios diários podem ser a chave para um sono melhor
Um novo estudo da Universidade do Texas, em Austin, sugere que exercitar-se com frequência – idealmente todos os dias –, pode melhorar a qualidade do sono, particularmente o tipo de sono profundo e restaurador que contribui para um melhor humor e saúde mental.

O estudo, publicado no Journal of Physical Activity and Health, tinha como objetivo analisar a frequência com que as pessoas se exercitavam, ao contrário de investigações anteriores que se concentraram no tempo total de exercício. Isto porque, para a saúde do sono, a frequência parece ser importante.
A investigação analisou dados de 69 estudantes (idade média = 21,5 anos, 63% mulheres) da Universidade do Texas que usaram um monitor de condicionamento físico de pulso para medir a atividade física e o sono durante dois intervalos de recolha de dados, abrangendo um total de 8 meses.
Os participantes receberam questionários eletrónicos trimestrais, que solicitavam a classificação dos seus níveis de energia, stress, contentamento e qualidade do sono pela manhã. Modelos lineares de efeitos mistos foram utilizados para determinar os efeitos da frequência e intensidade da atividade física (leve ou moderada a vigorosa) na arquitetura do sono, na qualidade do sono e no humor.
A equipa definiu atividade moderada a vigorosa como algo que eleva a respiração, mas que ainda permite uma conversa – cerca de 6 numa escala de esforço de 1 a 10. Mesmo movimentos leves, como caminhadas regulares ou pausas para ficar de pé, foram associados a melhores padrões de sono e melhora do humor no dia seguinte.
Os participantes que se exercitaram com mais frequência também relataram sentir-se com mais energia e menos stressados.
Estudos científicos apoiados pela experiência pessoal demonstram há muito tempo que a prática de exercícios regulares leva a um sono melhor – e um sono melhor leva a um melhor bem-estar geral. Mas, até agora, grande parte da investigação era proveniente de estudos laboratoriais que observaram efeitos a curto prazo, geralmente após apenas uma noite.
O que diferencia este estudo é o uso inovador de tecnologia vestível. Ao comparar continuamente a atividade e os padrões de sono dos participantes ao longo dos meses, os investigadores percebem melhor como os hábitos diários influenciam o sono e o humor ao longo do tempo.
Os resultados do estudo sugerem que fazer exercício diariamente pode ser melhor para o sono do que fazê-lo apenas no fim de semana. Se estudos futuros confirmarem estas descobertas em populações mais amplas – incluindo pessoas de diferentes idades e níveis de atividade – as recomendações de saúde pública poderão sofrer atualizações.
As diretrizes atuais não refletem a importância da frequência do exercício para a saúde do sono. Mas, além do sono, as implicações são abrangentes. É também durante o sono que o cérebro armazena memórias, limpa resíduos e se reinicia. Um sono melhor significa melhor saúde cerebral e, potencialmente, menores riscos de doenças crónicas e depressão.
Em conclusão: o exercício diário, mesmo em pequenas doses, pode fazer uma grande diferença. Não é preciso correr uma maratona, apenas movimentar-se um pouco todos os dias já ajuda. As atividades levas também contam – fazer alguma coisa é melhor do que não fazer nada.