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Dormir com o telemóvel afeta o corpo mais do que se imagina

Deitar-se com o telemóvel a um palmo de distância do rosto tornou-se um hábito tão normalizado que é difícil imaginar o quão problemático pode ser. Na verdade, interfere no descanso, interrompe os ritmos naturais do corpo e mantém o cérebro em alerta por muito tempo depois de apagarmos a luz.

Dormir com o telemóvel afeta o corpo mais do que se imagina


A maioria das pessoas fá-lo sem pensar. O telemóvel fica ao lado do travesseiro ou na mesa de cabeceira: é a última coisa que se vê antes de fechar os olhos e a primeira coisa que se vê ao acordar. Esse hábito infiltrou-se no nosso sono e está a afetar muitas pessoas ao redor do mundo.

Se pensa que o alarme é injustificado, saiba que existem dados, estudos e especialistas que explicam como esse hábito interfere no descanso, altera as funções do corpo e, no processo, mantém o cérebro em alerta constante. O telemóvel nunca dorme, e isso arrasta o corpo para uma falsa sensação de vigília que o impede de descansar realmente bem.

De acordo com Rafael Guzmán, professor de psiconeuroimunologia e especialista em longevidade, o facto de deixarmos o telemóvel na mesa de cabeceira provoca uma interferência que impede o corpo de completar adequadamente o seu ciclo noturno.
E quando deixamos o dispositivo a carregar perto da cama estamos a adicionar outra fonte de perturbação – ao carregá-lo, está-se a gerar um campo elétrico, e a contaminação é garantida. Essa mistura de ondas e campos elétricos complica ainda mais a recuperação física durante a noite.

A radiação não é um problema, até que o uso se torne constante. Quando um telemóvel não está em uso, ele quase não emite sinais – apenas ativa pequenas transmissões para se manter ligado à rede.
Segundo Alberto Nájera, professor da Universidade de Castilla-La Mancha, quando está em stand-by ou inativo porque não o estamos a utilizar, o telemóvel emite muito pouca radiação. E essa radiação está muito abaixo dos limites de segurança estabelecidos.

Isso explica por que dormir com o telemóvel por perto não causa doenças, no entanto, também não significa que seja boa ideia. Isto porque o perigo não vem do nível de radiação, mas do uso constante que interrompe outros processos corporais, como o sono.

Mesmo que pareça desligado, o dispositivo atrapalha o ritmo natural do corpo. A luz azul dos ecrãs é um dos fatores que mais atrapalham o sono. Ela inibe a produção de melatonina, a hormona que regula o ciclo do sono, e essa interrupção pode fazer com que o corpo demore mais tempo para “desligar” e, quando isso acontece, o sono é mais leve e fragmentado. Portanto, mesmo sem lhe tocar, ter o dispositivo à vista pode prejudicar o descanso.

Para muitos, tê-lo na mesa de cabeceira é uma tentação, seja para verificar as últimas mensagens recebidas, para fazer aquela busca na internet que nos mantém acordados, ou para ver a série ou filme favorito. Essa tentação mantém o cérebro ativo justamente quando ele mais precisa de descanso, e isso acaba por afetar o sistema imunológico, que trabalha com mais intensidade à noite.

Mas para este tipo de problemas existem soluções simples que pode implementar já hoje. Afastar o telemóvel pelo menos cinco metros à noite reduz o impacto das suas ondas e evita a tentação constante de olhar para o ecrã. Isso vai libertar o corpo dessa interferência constante e ajuda a recuperar um descanso mais profundo.

Também é boa ideia estabelecer um horário fixo para deixar de usar o telemóvel à noite. Isso vai permitir que o corpo produza melatonina normalmente novamente e que o cérebro se prepare para dormir. A mudança é rapidamente percetível, à medida que a qualidade do sono melhora e as noites se tornam mais tranquilas.
Deixar o telemóvel fora do quarto pode parecer complicado no início, mas torna-se um hábito que melhora realmente o seu bem-estar.

Fonte: Tupam Editores

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