Até ao momento tinha-se identificado uma associação entre o défice de vitamina D e a disfunção erétil, mas não havia certeza se o défice era a causa ou se o défice de vitamina D e a disfunção erétil simplesmente coincidiam.

O estudo, publicado no British Journal of Pharmacology, combinou metodologias diferentes. Foram utilizados ratos cuja vitamina D havia sido retirada da dieta e ratinhos com mutação no receptor de vitamina D. Para se estudar a função erétil de ambos os animais, foram aplicadas sobre os seus tecidos microdescargas elétricas equivalentes à descarga elétrica que o sistema nervoso produz no processo de ereção.

Por um lado, os investigadores demonstraram que, após induzir deficiência da vitamina ou do seu receptor nos animais, ocorre uma diminuição da função erétil.
Por outro lado, a análise dos tecidos de doadores de órgãos humanos revelou que os pacientes com défice de vitamina D apresentam um defeito localizado diretamente no órgão sexual masculino, portanto, não seria um problema neurológico, mas sim local.

Francisco Pérez Vizcaíno, investigador principal do estudo, relembrou que a disfunção erétil só ocorre quando há um défice severo e acrescentou que o mecanismo implica um aumento do stress oxidativo, ou seja, também há um défice de antioxidantes.

Esta deficiência de vitamina D pode ser responsável pela falha terapêutica dos inibidores da fosfodiesterase tipo 5, portanto, levantou-se a hipótese de que restaurar os níveis de vitamina D possa não só melhorar o metabolismo do cálcio e a saúde óssea, mas também o desempenho sexual e a eficácia dos tratamentos para a disfunção erétil.

O próximo passo dos especialistas é estudar a disfunção sexual feminina, tendo em conta que é “mais complexa” e envolve mais fatores do que nos homens.