Exercitar-se após os 40 anos permite reduzir risco de Alzheimer
As mulheres têm o dobro do risco de sofrer de Alzheimer do que os homens mas, de acordo com o cirurgião e investigador Steven Gundry, têm a possibilidade de reduzir esse risco significativamente se se exercitarem regularmente na meia-idade.

Um estudo da Universidade Case Western Reserve, em Ohio, descobriu uma possível explicação para esta disparidade de género na doença: o cérebro das mulheres é mais propenso a acumular a proteína tau – uma proteína considerada essencial na destruição de neurónios.
Tanto a proteína tau como a beta-amiloide são essenciais para a atividade cerebral. Durante a noite, enquanto dormimos, elas são decompostas e eliminadas do cérebro juntamente com outros restos de conexões neuroquímicas. É por isso que o descanso é tão importante.
Mas nas pessoas com Alzheimer essas proteínas permanecem no cérebro e, com o tempo, formam placas que bloqueiam as conexões neurais, eliminando a possibilidade de recuperação de memórias. Além disso, a proteína tau acumula-se dentro do neurónio destruindo-o diretamente.
Estão em investigação medicamentos para ajudar a reduzir o risco de acúmulo de proteína tau e, consequentemente, de Alzheimer. Mas, enquanto essas investigações avançam, existem outras opções.
Segundo o especialista, as mulheres que se exercitam regularmente a partir da meia-idade (entre os 40 e os 50 anos) conseguem reduzir o risco de Alzheimer em 90% em comparação com aquelas que não fazem exercício.
Mesmo que a pessoa tenha o azar de desenvolver Alzheimer, o facto de fazer exercício já será benéfico uma vez que a doença aparece, em média, 11 anos mais tarde do que em pacientes sedentários.
Gundry afirma que nem é necessário um programa específico de treino físico: fazer as tarefas domésticas rapidamente, cuidar do jardim e passear o cão duas vezes por dia já são atividades que nos exercitam sem nos apercebermos.
Como em tudo na vida, o resultado é sempre melhor quando apreciamos o que fazemos. Se o exercício for um desafio autoimposto que achamos difícil, não nos trará tantos benefícios quanto se for algo natural.
Se é uma pessoa que costuma andar a pé e gosta de caminhar, aprecia jardinagem, ou sobe as escadas habitualmente porque mora num prédio sem elevador, está a fazer exercício sem se aperceber. E esse é precisamente o tipo de exercício que o especialista recomenda – um exercício diário que não exija grande esforço.
Como forma de se exercitar também pode sair uma paragem antes da sua no autocarro ou deixar o carro em casa e deslocar-se de bicicleta para todo o lado. Ideias não faltam, tudo depende do seu estilo de vida.