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Exame de sangue prevê resultado funcional após AVC isquémico

Uma investigação conduzida por um grupo de cientistas da Academia Sahlgrenska da Universidade de Gotemburgo permitiu desenvolver um exame de sangue ultrassensível que reflete danos cerebrais após um acidente vascular cerebral isquémico agudo, e ainda prevê resultados funcionais – uma descoberta que se espera seja de grande importância no futuro.

Exame de sangue prevê resultado funcional após AVC isquémico

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Um ano antes a equipa de investigação do Professor Kaj Blennow havia desenvolvido um novo exame de sangue para medir uma proteína, a BD-tau (tau derivada do cérebro), que reflete a degradação dos neurónios no sistema nervoso central na doença de Alzheimer. Esta é uma descoberta fundamental para uma futura ferramenta para rastrear e monitorizar o desenvolvimento da doença.

O objetivo do presente estudo, publicado na revista Neurology, era investigar se o mesmo biomarcador também pode refletir lesão neuronal após AVC isquémico agudo – a forma mais comum de AVC, causada pela privação de oxigénio no cérebro como resultado de um coágulo sanguíneo.

Participaram no estudo mais de 800 pacientes com AVC, e os especialistas descobriram que níveis sanguíneos mais elevados de BD-tau durante a fase aguda do AVC isquémico aumentaram o risco de resultados mais graves após três meses.

Os resultados foram independentes das duas variáveis clínicas consideradas os melhores preditores de desfecho após AVC isquémico – idade e gravidade do AVC – de acordo com a Escala de AVC do NIH. Os resultados foram ainda ajustados para o sexo e dia da recolha de sangue.

Atualmente não existem biomarcadores sanguíneos que reflitam com precisão a lesão neuronal aguda após AVC, ou que possam ser usados para prever resultados clínicos em pacientes com AVC. Este estudo é o primeiro a referir um biomarcador sanguíneo que é verdadeiramente específico para a lesão neuronal aguda no cérebro no AVC isquémico.

Os resultados indicam que a BD-tau funciona como um biomarcador para a maioria dos subgrupos de AVC isquémico, o que significa que tem um grande potencial para implementação clínica futura.

São, no entanto, necessários mais e maiores estudos para validar estes resultados, além de estudos com várias colheitas de sangue, a fim de identificar o dia ideal para a recolha de amostras, após o início do AVC agudo, que possam prever o resultado clínico.

Fonte: Tupam Editores

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