Risco de aborto espontâneo aumenta com toma de benzodiazepinas
Depois de contabilizados os fatores de confusão mensuráveis, o risco de aborto espontâneo aumenta em associação com a toma de benzodiazepinas durante a gravidez, apurou um estudo levado a cabo por investigadores da Universidade Nacional de Taiwan, em Taipei.
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Neste estudo nacional de base populacional, de controle de caso e tempo, os especialistas quantificaram o risco de aborto espontâneo associado ao uso de benzodiazepinas durante a gravidez. Aborto espontâneo foi definido como qualquer perda de gravidez ocorrida entre a primeira consulta pré-natal (geralmente às oito semanas) e a 19ª semana completa de gravidez.
As gestações que resultaram em aborto espontâneo entre 2004 e 2018 foram incluídas no grupo de casos e combinadas numa proporção de 1:1 com indivíduos de controle de tendência temporal de exposição usando a pontuação de risco de doença, considerando características demográficas e comorbidades pré-gestacionais.
A investigação, publicada online na revista JAMA Psychiatry, compreendeu um total de 3.067.122 gestações entre 1.957.601 mulheres, 136.134 das quais (4,4%) resultaram em aborto espontâneo. A média de idade da população estudada foi de 30,61 anos.
O uso de benzodiazepinas durante a gravidez foi associado a um risco aumentado de aborto espontâneo e foram observados resultados consistentes em múltiplas análises de sensibilidade, considerando diferentes janelas de tempo e contabilizando erros de classificação.
Os investigadores descobriram que o risco de aborto espontâneo aumentou em associação com o uso de benzodiazepínicos durante a gravidez (razão de chances, 1,69); em múltiplas análises de sensibilidade, considerando diferentes janelas de tempo e contabilizando erros de classificação, os resultados foram consistentes. Um risco aumentado de aborto espontâneo foi observado em associação com benzodiazepínicos normalmente usados, variando de razão de chances caso-tempo-controle de 1,39 a 2,52 para o alprazolam e o fludiazepam, respetivamente.
As descobertas sugerem que é necessária cautela ao usar benzodiazepínicos no início da gravidez. Os resultados sublinham a necessidade de os profissionais de saúde analisarem meticulosamente a relação risco-benefício ao considerarem a prescrição de benzodiazepínicos para tratar distúrbios psiquiátricos e do sono durante a gravidez.