PSICOLOGIA

Uso excessivo de telemóvel associado a transtornos de ansiedade

O uso de telemóveis tem crescido exponencialmente nos últimos anos, especialmente após o surgimento dos chamados dispositivos inteligentes. Os smartphones agora são nossos companheiros no trabalho, na vida social, no lazer e até mesmo no âmbito familiar. Contudo, um uso excessivo pode causar problemas de dependência, vício e medo. Já ouviu falar de nomofobia?

Uso excessivo de telemóvel associado a transtornos de ansiedade

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Descrita pelos especialistas como a doença do século XXI, a nomofobia representa o medo irracional de estar sem o telemóvel. O termo foi inventado em 2009 no Reino Unido e vem do anglicismo “nomophobia” (no mobile-phone-phobia).

Esta fobia moderna decorre, provavelmente, do aumento da dependência da tecnologia e da preocupação com o que poderia acontecer se, de repente, a pessoa não conseguisse aceder às informações necessárias. Embora algumas pessoas possam não gostar da ideia de ficar sem o telefone por períodos prolongados, outras sentem medo ou ansiedade em perder a ligação ao dispositivo, o que causa agitação, alterações na respiração, entre outros sintomas.

A investigação mostra que várias condições psicológicas potenciais, como ansiedade social ou transtorno de pânico, podem surgir numa pessoa antes do desenvolvimento da nomofobia. No entanto, ainda não está claro se o distúrbio surge de um transtorno de ansiedade existente ou de um vício do telemóvel.

Os sintomas da nomofobia são semelhantes a outras fobias e transtornos de ansiedade. Eles podem incluir alterações na respiração, tremores, sudorese, agitação e desorientação.
Esta fobia pode desenvolver-se devido à comunicação instantânea e à gratificação instantânea que os smartphones proporcionam, podendo evoluir para um comportamento viciante e compulsivo.

Por outro lado, possíveis preditores de nomofobia podem incluir pensamentos obsessivos e comportamento compulsivo relacionados a um smartphone, sensibilidade interpessoal, sentimentos de inferioridade pessoal, desconforto social, assim como o número de horas diárias do uso do dispositivo.

Como a nomofobia é relativamente nova, os tratamentos atualmente não são padronizados e envolvem terapias comportamentais, grupos de apoio, autocuidado e toma de medicação (se considerado necessário). Um médico ou psicólogo provavelmente recomendará opções de tratamento semelhantes ao das outras fobias.

A nomofobia é uma preocupação crescente que pode afetar a saúde mental e parece mais comum em jovens, embora muitos utilizadores de telefone apresentem algum grau de sintomas. Se utiliza o seu telefone regularmente, poderá passar por um breve momento de pânico ao perceber que não o tem ou que não o consegue encontrar – isso não significa, contudo, que sofra de nomofobia. No entanto, se a sua preocupação por não ter o telefone ou por não o poder usar é de tal forma que não se consegue concentrar no que precisa de fazer, considere pedir ajuda a um médico.

Se apresenta sintomas de nomofobia um médico poderá encaminhá-lo para um psicólogo ou outro especialista que o ajudará a diagnosticar e tratar a sua fobia. No caso das crianças, os pais ou responsáveis devem ficar atentos aos sintomas de nomofobia e entrar em contacto com o pediatra caso percebam o aparecimento de sinais.

Fonte: Tupam Editores

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