O objetivo dos especialistas é descobrir como a inflamação afeta o desenvolvimento do cérebro imaturo e como se podem prevenir ou tratar os muitos problemas que podem surgir em bebés expostos a infeções/inflamações na altura do nascimento.

Segundo o Dr. Robert Galinsky, esses problemas podem manifestar-se em condições como paralisia cerebral, displasia broncopulmonar, enterocolite necrosante, entre outros, pelo que o objetivo é identificar alvos de medicamentos que podem ajudar a melhorar o desenvolvimento e a função cerebral desses bebés.

O sulfato de magnésio é um medicamento administrado frequentemente a mulheres grávidas para retardar o trabalho de parto prematuro, prevenir convulsões e proteger o cérebro do feto prematuro, mas pouco se sabe como ele funciona extatamente, e estudos recentes identificaram lacunas no conhecimento sobre quais os bebés que devem receber este tipo de tratamento.

No último estudo, publicado no Journal of Physiology, os cientistas descobriram que os efeitos benéficos do sulfato de magnésio limitam-se aos bebés privados de oxigénio no útero. Eles conseguiram mostrar que o sulfato de magnésio reduz a inflamação cerebral e a excitotoxicidade (um excesso de certos neurotransmissores que causa danos às células nervosas) – dois mecanismos-chave que levam à proteção da substância branca (bainha de mielina) no cérebro prematuro.

Este foi o primeiro estudo a mostrar que o sulfato de magnésio promove uma melhoria a longo prazo na inflamação cerebral e na mielinização. O sulfato de magnésio é recomendado globalmente para a neuroproteção fetal, mas até agora desconhecia-se quais os bebés que dele beneficiavam.

Mas as evidências deste estudo apoiam o uso do sulfato de magnésio para reduzir a inflamação cerebral e melhorar a mielinização em bebés prematuros privados de oxigénio.