TRATAMENTO

Identificado novo alvo potencial para tratar doenças vasculares

Segundo a Organização Mundial da Saúde as doenças vasculares, incluindo o enfarte do miocárdio, AVC, insuficiência renal e doença vascular periférica, continuam a ser responsáveis por um terço de toda a mortalidade nos Estados Unidos, na Europa e no mundo em desenvolvimento.

Identificado novo alvo potencial para tratar doenças vasculares

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A ativação das células musculares lisas vasculares (VSMC) desempenha um papel crucial no desenvolvimento de múltiplas doenças vasculares. Um estudo realizado na Universidade Temple, em Filadélfia, permitiu descobrir que quando a proteína 1 relacionada ao X frágil (FXR1) está ausente, as VSMC proliferam mais lentamente, tornam-se senescentes e o desenvolvimento do tecido cicatricial (neoíntima) é reduzido. Assim, medicamentos direcionados ao FXR1 podem tratar doenças proliferativas vasculares.

Segundo Michael V. Autieri, investigador principal, já havia sido referido pelo laboratório que a expressão de FXR1 – uma proteína de ligação de RNA aprimorada no músculo que parece diminuir os transcritos inflamatórios –, é aumentada em artérias lesionadas e em placas VSMC nas aortas humanas.

Contudo, o papel da expressão de FXR1 na resposta vascular à lesão ainda não havia sido estudado num modelo animal relevante de doença vascular, pelo que o estudo foi realizado para explorar isso ainda mais.

Para melhor se compreender o impacto da ausência de FXR1, os investigadores realizaram o sequenciamento de RNA em VSMCs humanos com depleção de FXR1. Os resultados sugerem que o FXR1 parece estabilizar um grupo de transcritos envolvidos no controle do ciclo celular, a maioria dos quais associados à proliferação e divisão celular. Além disso, constatou-se que houve um aumento na beta-galactosidase e gama-H2AX, moléculas indicativas de senescência celular.

Para entender como a ausência de FXR1 afetaria a doença vascular oclusiva, os especialistas desenvolveram um modelo de ratinho para esgotar especificamente o FXR1 nos músculos lisos após a indução de medicamentos.

Os ratinhos foram submetidos à ligadura da carótida, que é um modelo de estenose vascular. A depleção de FXR1 induzida por medicamentos em células musculares lisas protegeu os animais contra a formação de neoíntima após lesão. As artérias lesionadas tinham um perfil de expressão génica semelhante ao VSMC humano após o knockdown do FXR1.

Por se ter verificado que, na ausência do FXR1, os VSMC reduziram significativamente a proliferação e se tornaram senescentes, os medicamentos que visam o FXR1 podem ter implicações para modalidades de combate a doenças proliferativas vasculares, como aterosclerose, restenose, hipertensão e aneurisma da aorta abdominal.

Dado o aumento global de doenças cardiovasculares numa população envelhecida e cada vez mais sedentária, é fundamental fazer tudo o que for possível para investigar potenciais genes e alvos que possam ser explorados para influenciar a doença.

Fonte: Tupam Editores

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