ENXAQUECA

Enxaqueca: novo medicamento pode ajudar a prevenir casos difíceis

A enxaqueca afeta mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo e é a principal causa de incapacidade em pessoas com menos de 50 anos de idade. De acordo com um estudo levado a cabo por investigadores do Hospital Universitário Vall d'Hebron, em Barcelona, o medicamento atogepant pode ajudar a prevenir enxaquecas em pessoas que não tiveram sucesso com outros medicamentos preventivos.

Enxaqueca: novo medicamento pode ajudar a prevenir casos difíceis

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O atogepant é um antagonista do receptor de peptídeo relacionado ao gene da calcitonina, ou inibidor de CGRP. O CGRP é uma proteína que desempenha um papel fundamental no início do processo de enxaqueca.

O estudo envolveu pessoas com enxaqueca episódica, definida como tendo até 14 dias de dor de cabeça por mês com características de enxaqueca. Os 309 participantes haviam tido pelo menos quatro dias de enxaqueca durante o mês anterior ao estudo e tinham experimentado pelo menos duas classes de medicamentos para prevenir a enxaqueca sem melhora. Desses, 44% já haviam tomado três ou mais classes de medicamentos preventivos sem sucesso.

No estudo, metade dos participantes tomou 60 miligramas de atogepant uma vez ao dia em comprimido e a outra metade tomou um placebo durante 12 semanas.
Os indivíduos que tomaram o medicamento tiveram uma média de quatro dias a menos com enxaqueca, por mês, desde o início do estudo até ao seu final, enquanto aqueles que tomaram o placebo tiveram cerca de dois dias a menos com enxaqueca por mês.

Os participantes que tomaram o medicamento também revelaram melhorias na frequência com que precisavam de tomar a medicação para interromper um ataque de enxaqueca em comparação com aqueles que tomaram o placebo. Registou-se ainda diferenças no número de pessoas que tiveram uma redução de 50% ou mais em quantos dias por mês tiveram enxaqueca.

O tratamento foi seguro, bem tolerado e eficaz nas pessoas com enxaqueca difícil de tratar. Os efeitos colaterais mais comuns foram obstipação – que ocorreu em 10% dos que tomaram o atogepant e 3% dos que tomaram o placebo –, e náusea, que ocorreu em 7% dos que tomaram o medicamento e 3% dos que tomaram o placebo.

Para Patricia Pozo-Rosich, autora do estudo, as pessoas que pensavam que não encontrariam forma de prevenir e tratar as suas enxaquecas podem ter esperança de encontrar alívio com este medicamento oral tolerável e fácil de tomar.

Devido à duração relativamente curta do estudo (três meses), a especialista salienta a necessidade de se realizarem outras investigações para avaliar a eficácia e segurança do atogepant a longo prazo.

Fonte: Tupam Editores

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