SANGUE

Sexo do doador de sangue não influencia sobrevivência do receptor

Estudos observacionais anteriores haviam sugerido que o sangue de doadores femininos pode estar associado a um risco maior de morte entre os receptores em comparação com o sangue dos doadores masculinos, mas um novo ensaio clínico realizado por investigadores da Universidade de Ottawa, no Canadá, apurou que não é o caso.

Sexo do doador de sangue não influencia sobrevivência do receptor

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SANGUE: A GOTA QUE SALVA VIDAS


O estudo, publicado no New England Journal of Medicine, envolveu mais de 8.700 pacientes e permitiu concluir que o sexo de um doador não tem efeito sobre a sobrevivência dos receptores de transfusões de glóbulos vermelhos.

O possível impacto do sexo de um doador de sangue na sobrevivência do receptor é uma questão sem resposta na medicina transfusional desde 2015. Algumas evidências sugerem que as diferenças relacionadas ao sexo, como os níveis hormonais no sangue masculino e feminino, podem afetar a sobrevivência do receptor, mas os resultados dos estudos observacionais têm sido conflituantes.

Para realizar o estudo, a abordagem envolveu a inscrição de todos os pacientes adultos do Hospital de Ottawa que pudessem precisar de uma transfusão, selecionando-os aleatoriamente para receber sangue masculino ou feminino e, em seguida, recolheram-se informações dos bancos de dados hospitalares existentes e dos registos provinciais.

Como o sangue masculino e o feminino foram considerados tratamentos equivalentes, os pacientes não precisaram de dar o seu consentimento por escrito para participar do estudo, mas tiveram a opção de não participar após a primeira transfusão. Esta abordagem pragmática permitiu à equipa inscrever 8.719 participantes no estudo randomizado duplo-cego em pouco mais de dois anos.

Os participantes foram selecionados aleatoriamente para receber sangue de doadores masculinos ou femininos em todas as visitas ao Hospital de Ottawa durante o período do estudo. Um total de 80% dos pacientes recebeu a primeira transfusão enquanto estavam internados e 42% deles receberam durante a cirurgia.

O estudo não encontrou diferenças estatisticamente significativas na sobrevivência global entre os receptores de sangue de doadores masculinos e receptores de sangue de doadores femininos.

Quando se trata de salvar vidas, o sangue é o tratamento mais comum executado no hospital. O Dr. Jason Acker, cientista sénior do Canadian Blood Services, expressou a sua felicidade por poder ajudar a responder a esta questão tão importante na medicina transfusional. A esperança é que estas descobertas encorajem todos os doadores qualificados a continuar a doar sangue.

Fonte: Tupam Editores

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