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Descoberto novo método para detetar nanoplásticos no sangue

O acúmulo de plástico no meio ambiente é uma preocupação crescente em todo o mundo. Embora o impacto dos detritos plásticos de grande porte seja amplamente observado, o impacto das partículas plásticas menores na nossa saúde ainda não foi completamente investigado.

Descoberto novo método para detetar nanoplásticos no sangue

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A exposição a microplásticos e a nanoplásticos ocorre através de atividades essenciais, como comer, beber água e respirar. Essas partículas plásticas menores devem ser identificadas e medidas, e os seus potenciais efeitos tóxicos avaliados nos organismos vivos.

Um novo estudo, publicado recentemente no jornal MethodsX, usou citometria de fluxo para detetar e medir nanoplásticos no sangue humano periférico. Foram incluídas na investigação pessoas com várias condições médicas de forma a investigar possíveis diferenças de acúmulo de nanoplásticos na população. Os cientistas utilizaram ainda ratinhos num ambiente altamente controlado para comparar os seus níveis de nanoplásticos com os dos humanos.

Os especialistas utilizaram técnicas de fluorescência e nanocitometria com o corante Vermelho Nilo para mostrar que os nanoplásticos podem ser detetados no sangue por citometria de fluxo. Este método rápido, preciso e altamente reprodutível é uma ferramenta valiosa para estudos futuros sobre a exposição humana ao plástico.

Os autores avaliaram o acúmulo de nanoplásticos em sete ratinhos e numa coorte de 196 pessoas, que incluía doadores regulares de sangue, recém-nascidos e pacientes com e sem doenças hematológicas. Os resultados revelaram a presença de nanopartículas plásticas em todos os sujeitos avaliados, tanto nas pessoas quanto nos ratinhos.

Nos seres humanos os níveis revelam uma alta variabilidade entre os grupos: os níveis mais altos são observados em pacientes com leucemia linfoblástica aguda e os níveis mais baixos em pacientes pediátricos com diabetes tipo 1. No que diz respeito às diferenças com base na idade, níveis cada vez mais baixos foram encontrados em indivíduos de 40 a 90 anos, o que sugere que os nanoplásticos se podem acumular nos tecidos, como o tecido adiposo.

Para a investigação foram estudadas pessoas que vivem na área metropolitana de Barcelona, uma área urbana com níveis mais altos de poluição atmosférica e exposição a partículas de plástico, para comparar os níveis de nanoplástico dessa população com os de ratinhos mantidos num ambiente altamente controlado.

As análises dos animais mantidos no Centro de Medicina Comparada e Bioimagem da Catalunha (CMCiB) mostram níveis significativamente mais baixos de nanoplásticos em comparação com os dos humanos, o que sugere que a inalação de plásticos pode desempenhar um papel mais importante do que se pensava anteriormente.

O Dr. Jordi Petriz, principal investigador do estudo, acentua a importância de compreender como a exposição às partículas de plástico afeta a saúde das pessoas e como essas partículas se acumulam com o tempo. Importa referir que para confirmar uma associação entre poluição nanoplástica e saúde são necessários mais estudos.

Fonte: Tupam Editores

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