DEPRESSÃO

Descoberta proteína no sangue que pode estar ligada à depressão

O processo de envelhecimento está frequentemente ligado ao aparecimento de sintomas neurológicos, como declínio cognitivo, perda de memória ou a distúrbios do humor, como depressão.

Descoberta proteína no sangue que pode estar ligada à depressão

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Estudos anteriores mostraram que o fator de diferenciação do crescimento GDF11, uma proteína encontrada no sangue, tem um efeito benéfico na perceção olfativa e na geração de novas células no cérebro de ratinhos idosos, no entanto, o mecanismo de ação do GDF11 no cérebro permanece desconhecido.

Um estudo realizado por investigadores do Institut Pasteur, CNRS e do Inserm permitiu descobrir que a administração a longo prazo da proteína GDF11 a ratinhos idosos melhora a sua memória e reduz significativamente os distúrbios comportamentais relacionados à depressão, permitindo o retorno a um comportamento semelhante ao observado em animais mais jovens.

Foram realizados estudos adicionais em diferentes modelos de ratinhos idosos ou modelos de animais com distúrbios comportamentais do tipo depressão e culturas neuronais in vitro, o que permitiu aos especialistas identificar o mecanismo molecular de ação do GDF11.

Descobriram que a administração do GDF11 ativa o processo natural de limpeza intracelular, denominado “autofagia”, no cérebro e a eliminação de células senescentes. Isto quer dizer que a proteína GDF11 aumenta indiretamente a renovação celular no hipocampo e restaura a atividade neuronal.

A fim de entender melhor a ligação entre os transtornos depressivos e a proteína GDF11 em humanos, a equipa do Institut Pasteur, CNRS e do Inserm, em colaboração com cientistas da Universidade McMaster, no Canadá, quantificaram a proteína no soro sanguíneo de uma coorte internacional de pacientes jovens com depressão major.

Constataram, então, que os níveis do GDF11 são significativamente mais baixos nesses pacientes. Além disso, ao medir os níveis da proteína em diferentes estágios, observaram uma flutuação no nível dependendo do estado depressivo.

A investigadora Lida Katsimpardi, do Instituto Pasteur, realça que este estudo, publicado na revista Nature Aging, fornece evidências clínicas que ligam níveis sanguíneos baixos do GDF11 a transtornos de humor em pacientes com depressão. E conclui que, no futuro, essa molécula pode ser usada como biomarcador para diagnosticar episódios depressivos. E não só, pode ainda servir como molécula terapêutica para o tratamento de distúrbios cognitivos e afetivos.

Fonte: Tupam Editores

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