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Medicamento para Alzheimer pode aliviar tricotilomania

Um medicamento aprovado pela FDA em 2003 para tratar a doença de Alzheimer moderada a grave pode ajudar as pessoas com um distúrbio que as leva a puxar o cabelo (tricotilomania) ou a fazer escoriações na pele (dermatotilexomania), concluiu um novo ensaio clínico publicado no American Journal of Psychiatry.

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A memantina melhorou consideravelmente os sintomas em três de cinco pacientes com tricotilomania ou com dermatotilexomania. De acordo com o Dr. Jon Grant, da Universidade de Chicago, o medicamento ajudou a reduzir este tipo de comportamentos em comparação com um placebo.

A memantina inibe a atividade do glutamato, um dos neurotransmissores mais abundantes no cérebro. Níveis excessivamente altos de glutamato no cérebro podem fazer com que as células nervosas fiquem superexcitadas, e isso tem sido associado a condições como doença de Alzheimer, doença de Parkinson, doença de Lou Gehrig e esclerose múltipla. O glutamato tem sido associado ainda a problemas de saúde mental, como transtornos de humor e transtorno obsessivo-compulsivo.

O facto levou o investigador a pensar: Será que um medicamento que afeta o glutamato poderia ser benéfico no tratamento da tricotilomania e da dermatotilexomania? Para descobrir, a equipa recrutou 100 adultos com estes transtornos que foram aleatoriamente selecionados para tomar memantina ou um placebo durante oito semanas.

O tratamento com a substância melhorou “muito ou muitíssimo” os sintomas em 60% dos pacientes que tomaram o medicamento, enquanto no grupo do placebo apenas 8% dos pacientes relataram melhoria semelhante. De realçar ainda que apenas cerca de seis pacientes no grupo da memantina (11%) pararam completamente de arrancar o cabelo ou escoriar a pele no fim do estudo, em comparação com um paciente no grupo placebo (2%).

Embora tenha reduzido o comportamento, foram poucos os participantes que o interromperam. Estes resultados positivos são um sinal de que o glutamato está envolvido nesses distúrbios, no entanto, são necessários mais estudos para descobrir o melhor tratamento para eles. Talvez seja necessário utilizar uma dose mais elevada, ou combiná-la com outros medicamentos ou com terapia comportamental. Ainda assim, é um bom ponto de partida.

A Dra. Katharine Phillips, professora de psiquiatria em Nova Iorque, também concorda que o controle do glutamato pode ser a chave para o tratamento destes distúrbios, na verdade, já o prescreve para ajudar a tratar os pacientes que deles padecem. Segundo a especialista, os moduladores de glutamato podem ser particularmente úteis para distúrbios caracterizados por pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos repetitivos.

Durante o ensaio clínico de Grant a memantina causou efeitos colaterais leves principalmente fadiga, náusea, obstipação e tonturas. Duas pessoas do grupo da memantina deixaram de tomar o medicamento devido às tonturas, mas isto pode ter acontecido porque a equipa aumentou a dosagem do medicamento dos participantes muito rapidamente. Até porque é muito raro causar efeitos colaterais.

Fonte: Tupam Editores

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