Inibidores da 5α-redutase ligados à depressão mas não à demência
Um estudo realizado por investigadores da Universidade de Örebro, na Suécia, permitiu concluir que os inibidores da 5α-reductase (5-ARIs) estão associados a um risco aumentado de depressão, mas parecem não estar associados à demência.

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Os Inibidores da 5α-redutase, finasterida e dutasterida, são classes de medicamentos com atividade antiandrogenética utilizados no tratamento de hiperplasia benigna da próstata e alopécia androgenética.
Miguel Garcia-Argibay e os colegas examinaram a associação entre o uso de 5-ARI
e demência por todas as causas, doença de Alzheimer, demência vascular, depressão e suicídio num estudo de coorte baseado em registo, que incluiu 2.236.876 homens com idades compreendidas entre os 50 e os 90 anos.
No geral, 3,2% e 0,4% dos homens iniciaram o tratamento com finasterida e dutasterida, respetivamente. Os especialistas descobriram que os riscos de demência por todas as causas, doença de Alzheimer, demência vascular e depressão aumentaram para os homens que tomavam finasterida ou dutasterida.
A magnitude da associação diminuiu ao longo do tempo; com exposição contínua durante quatro anos, os resultados tornaram-se insignificantes, exceto no caso da depressão, que apresentou risco constante ao longo do tempo. Não se observou associação para 5-ARIs com suicídio.
Os autores referem que as associações com demência por todas as causas, doença de Alzheimer e demência vascular diminuíram ao longo do tempo, tendo acabado por se tornar não estatisticamente significativas, mas o risco de depressão parecia estável ao longo do tempo.
A tendência decrescente vai de encontro a investigações anteriores e pode sugerir a presença de viés de vigilância, pelo qual o aumento do risco de demência pode ficar a dever-se ao aumento da deteção de demência entre pacientes com hiperplasia benigna da próstata.
O estudo foi publicado online no JAMA Network Open.