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Hormonas durante a gravidez podem reduzir o desejo de fumar

Deixar de fumar é uma das mais importantes decisões que uma grávida pode tomar e uma das melhores formas de proporcionar um início de vida saudável ao seu filho. É, no entanto, um processo desafiante para qualquer grávida. Recentemente, uma investigação da Northwestern Medicine descobriu que as hormonas de uma grávida podem ajudar a diminuir o desejo pelo tabaco.

Hormonas durante a gravidez podem reduzir o desejo de fumar

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A investigação acompanhou 416 grávidas fumadoras. Em média, os participantes fumavam cerca de 10 cigarros por dia antes da concepção. Entre a concepção e a data em que perceberam que estavam grávidas (altamente variável e relatada por cada participante), o tabagismo diminuiu em média um cigarro por dia.
No mês seguinte a tomarem conhecimento da gravidez, o tabagismo caiu de uma média de nove cigarros por dia para cinco. É importante realçar que esses padrões de declínio na frequência do tabagismo foram observados se as gestações foram planeadas ou não, e se as fumadoras pararam ou não.

Segundo a principal autora do estudo e investigadora principal, Dra. Suena Huang Massey, as descobertas sugerem que a gravidez pode reduzir o desejo das fumadoras de fumar mesmo antes de terem consciência de ter concebido.
Embora o reconhecimento da gravidez seja uma motivação comum para reduzir ou parar de fumar, se os processos biológicos no início da gravidez também estiverem envolvidos, como sugerido por este estudo, identificar precisamente quais são esses processos pode levar ao desenvolvimento de novos medicamentos para deixar de fumar.

A esmagadora maioria das investigações neste campo concentra-se no impacto do tabagismo de uma pessoa na gravidez e no bebé. Este estudo examina, em vez disso, o impacto da gravidez no comportamento tabágico de uma pessoa.

Embora a redução do tabagismo durante a gravidez esteja bem estabelecida, nenhum estudo anterior determinou precisamente quando a redução do tabagismo na gravidez tem início – e, principalmente, se começa antes que as mulheres estejam cientes da gravidez.

Antes deste artigo, publicado no Addiction Biology, assumia-se que a única coisa que fazia com que as fumadoras grávidas diminuíssem o hábito era o desejo de proteger o bebé. Embora este estudo apoie a descoberta da gravidez como um evento importante, os níveis de tabagismo na gravidez começaram a diminuir antes que as fumadoras suspeitassem que estavam grávidas.

A investigação descobriu uma relação entre o fim do desejo de fumar e a hormona gonadotrofina coriónica (hCG). Esta hormona é produzida pela placenta no início da gravidez e está ligada ao enjoo matinal (náuseas e vómitos) durante a gravidez.

Os investigadores ficaram surpreendidos ao reparar que os declínios mais acentuados no tabagismo aconteceram precisamente quando os níveis de hCG normalmente atingem o pico – entre as cinco e 10 semanas de gravidez.
Além disso, as fumadoras grávidas que não param durante o primeiro trimestre (quando os níveis de hCG estão elevados) provavelmente não vão parar antes do parto, mesmo com assistência de medicamentos ou incentivos financeiros.

Estas descobertas apoiam uma nova linha de investigação sobre o que acontece biologicamente durante a gravidez que pode estar a interromper comportamentos viciantes, refere a especialista. A esperança é que a resposta a esta questão leve à descoberta de novas e melhores maneiras de tratar o vício.

Fonte: Tupam Editores

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