No estudo, publicado na revista científica New England Journal of Medicine, participaram 2.539 adultos com excesso de peso e obesidade que não tinham sido diagnosticados com diabetes. Os participantes apresentavam um índice de massa corporal (IMC) de 38 – importa referir que um IMC de 30 ou superior é considerado obesidade, e 95 por cento tinha um IMC pelo menos tão alto.

Os participantes foram aleatoriamente selecionados para receber injeções semanais de placebo ou de uma das três doses de tirzepatide – 5 miligramas (mg), 10 mg ou 15 mg durante 72 semanas. Foram ainda submetidos a uma dieta e praticaram exercício físico.

Os cientistas comprovaram que o tratamento com todas as três doses de tirzepatide resultou em redução substancial e sustentada do peso corporal. No final do estudo, aqueles que tomaram a dose de 15 mg de tirzepatide tiveram uma redução média do peso corporal de 22,5%. Por outro lado, apenas 3% dos participantes do grupo placebo conseguiram alcançar o mesmo feito.
Alguns participantes queixaram-se de efeitos colaterais de origem gastrointestinal, como náuseas, vómitos e diarreia, que ocorreram principalmente na fase de aumento da dose.

Foi possível concluir que cerca de 9 em cada 10 indivíduos com obesidade perderam peso enquanto tomavam o tirzepatide. Estes resultados são um passo importante na potencial expansão de opções terapêuticas eficazes para indivíduos com obesidade – uma doença crónica que resulta em substancial morbidade e mortalidade global.

Segundo Ania Jastreboff, principal autora do estudo, a obesidade deve ser tratada como qualquer outra doença crónica, com abordagens eficazes e seguras que visam os mecanismos de doenças subjacentes e estes resultados demonstram que o tirzepatide pode estar a fazer precisamente isso.