DOENÇAS RARAS

Varíola dos macacos: o que se sabe sobre esta doença rara

Portugal tem confirmados 14 casos de infeção pelo vírus Monkeypox, a varíola dos macacos, estando ainda em análise duas amostras. Relativamente aos restantes casos suspeitos (mais de 20), as amostras vão ser remetidas para análise pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Varíola dos macacos: o que se sabe sobre esta doença rara

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Foram reportados também surtos noutros países europeus como Reino Unido e Espanha e, apesar de a doença ter sido diagnosticada sobretudo entre homens com relações homossexuais, esta não é uma doença relacionada com opções sexuais. Mas, afinal, que doença é esta?

A varíola dos macacos e uma doença viral rara provocada pelo vírus Monkeypox, do tipo Ortopoxvírus, tal como o vírus da varíola comum ou aquele que causa a varíola das vacas. É uma doença zoonótica, ou seja, é transmitida de animais para humanos.

De acordo com dados do Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, a doença foi identificada, pela primeira vez, em 1958, tendo os primeiros dois surtos surgido em macacos usados para investigação – daí o nome Monkeypox.
Mais tarde, em 1970, foi identificado o primeiro caso humano da doença na República Democrática do Congo e, desde então, foram surgindo casos na África Central e Ocidental e, com menor expressão, na América do Norte, Europa e Ásia.

Trata-se de uma doença contagiosa, transmissível através de contacto com animais, como macacos e roedores (incluindo aqueles que são mantidos como animais de estimação) e que podem ser portadores de Monkeypox. É também transmitida através de contacto próximo com pessoas infetadas ou com materiais contaminados, como roupa.

A sintomatologia desta doença inclui o aparecimento de lesões ulcerativas, erupção cutânea, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço. A varíola dos macacos pode evoluir para broncopneumonia, sépsis ou encefalite, ou à infeção da córnea que pode provocar a perda de visão. Com menos frequência, pode até levar à morte.
A taxa de mortalidade varia entre 0 e 11 por cento, sendo as crianças alvo de exposição prolongada ao vírus as principais vítimas mortais.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o período de incubação do vírus é geralmente de seis a 13 dias, contudo, os sintomas podem manifestar-se até 21 dias depois da infeção pelo vírus. Perante sintomas suspeitos a pessoa deve abster-se de contactos físicos diretos e procurar aconselhamento clínico.

Não existe, até ao momento, nenhum antivírico direcionado ao vírus. A abordagem clínica não requer tratamento específico, sendo a doença habitualmente autolimitada em semanas. Normalmente, a infeção passa por si, sem necessitar de qualquer intervenção médica, no espaço de 14 a 21 dias.

Para já não há motivo para alarme. A doença não se dissemina facilmente entre os seres humanos, e a DGS e o INSA estão a acompanhar a situação a nível nacional e em articulação com as instituições europeias. Os casos identificados mantêm-se em acompanhamento clínico, e encontram-se estáveis.
Neste momento, decorrem ainda os inquéritos epidemiológicos, com o objetivo de identificar cadeias de transmissão e potenciais novos casos e respetivos contactos.

Fonte: Tupam Editores

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