MEDICAMENTO

Investigadores da U.Minho testam medicamento para ataxia

Uma equipa de investigadores da Universidade do Minho (U.Minho) recebeu uma bolsa de 100 mil dólares para testar um medicamento que visa melhorar a condição da doença de Machado-Joseph. Esta bolsa vai permitir desenvolver estudos que têm como objetivo final propor o ácido biliar tauroursodesoxicólico (TUDCA) como um possível fármaco para ser testado em pacientes com a condição.

Investigadores da U.Minho testam medicamento para ataxia

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Liderada por Patrícia Maciel, da Escola de Medicina da U.Minho, a equipa é composta ainda pelos investigadores Sara Duarte-Silva e Jorge Diogo Silva. Juntos receberam o Pioneer SCA3/MJD Translational Research Award, uma distinção atribuída pela National Ataxia Foundation, a maior associação de doentes com ataxia dos EUA.

Segundo os investigadores, o TUDCA é uma molécula naturalmente sintetizada pelo organismo e que auxilia a digestão das gorduras. É utilizado na terapia de doenças biliares, de forma crónica, não mostrando toxicidade para os humanos, mesmo quando utilizado em doses altas.

No entanto, os investigadores acreditavam que o TUDCA podia ter funções associadas à proteção das células do cérebro, assim, testaram o fármaco em modelos de murganhos (ratinhos) da doença de Machado-Joseph e constataram que o fármaco teve um efeito terapêutico muito promissor.

A doença de Machado-Joseph é uma doença neurodegenerativa hereditária, que provoca descoordenação motora (ataxia). É causada por uma mutação num gene, bastando um dos progenitores ser afetado para que os filhos tenham uma probabilidade de 50 por cento de nascer com a doença.
Os sintomas da doença têm habitualmente início na vida adulta, mas agravam-se progressivamente, levando a uma incapacidade muito marcada, com impacto nos doentes, mas também nos seus cuidadores. Entre as manifestações mais comuns estão a perda do controlo dos movimentos e do equilíbrio, espasmos musculares, dificuldades na deglutição e na articulação da fala, com progressão para a perda total de independência e morte prematura.

Embora a causa da doença seja conhecida desde 1994, não se compreendem na totalidade os seus mecanismos, razão pela qual ainda não existem terapias disponíveis que curem ou atrasem a sua progressão.

Fonte: Tupam Editores

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