AUTISMO

Nascimento prematuro dos pais aumenta risco de autismo nos filhos

Pais que nasceram muito prematuros têm quase o dobro da probabilidade de terem filhos com Transtorno do Espetro do Autismo (TEA), de acordo com um estudo realizado pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos.

Nascimento prematuro dos pais aumenta risco de autismo nos filhos

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A American Psychiatric Association classifica o Transtorno do Espetro do Autismo como uma condição de desenvolvimento complexa em que as crianças experimentam desafios nas interações sociais, fala e comunicação não verbal e podem apresentar comportamentos repetitivos.

Mulheres e homens que nasceram com menos de 37 semanas ou com baixo peso ao nascer eram mais propensos a ter filhos diagnosticados com TEA do que aqueles nascidos a termo e com peso saudável.

As descobertas sugerem que os fatores de risco do transtorno do espectro do autismo podem abranger várias gerações e ajudar a estimular mais estudos sobre os mecanismos subjacentes de transmissão do risco de autismo nas famílias.

Para o estudo, os cientistas analisaram dados de famílias na Dinamarca de 1978 a 2017, vinculando registos de nascimento dos pais aos registos médicos dos seus filhos.

A prevalência de transtorno do espetro do autismo entre crianças nascidas de pais que tiveram complicações no nascimento foi quase duas vezes mais alta do que para filhos de pais nascidos a termo e com peso saudável.

A causa dessas ligações multigeracionais potenciais por trás do transtorno do espetro do autismo permanece obscura. Para os cientistas, é possível que as mudanças na atividade do gene em resposta a estímulos ambientais possam ser herdadas através das gerações sem alterar as sequências de ADN subjacentes, um fenómeno conhecido como herança epigenética.

Além disso, os pais que nasceram prematuramente ou com baixo peso também podem ter maior probabilidade de enfrentar desafios de saúde física, mental, reprodutiva ou social na infância e na idade adulta.

O desempenho educacional dos pais, o estado de saúde mental e a sua idade no momento da gravidez contribuíram “minimamente” para o risco de transtorno do espetro do autismo.

De acordo com os autores do estudo, as descobertas podem impulsionar novos estudos para compreender como os fatores genómicos e não genómicos influenciam o desenvolvimento inicial dos pais e como isso pode levar a distúrbios do neurodesenvolvimento nos seus filhos.


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