De acordo com o estudo, os resultados devem dissipar qualquer preocupação de que os inibidores da enzima de conversão da angiotensina (iECA) e os bloqueadores do recetor da angiotensina (BRA) possam prejudicar os pacientes com COVID-19.

O estudo consistiu numa grande revisão de dados de 19 estudos publicados anteriormente que incluíram mais de 28 000 pacientes.

Os cientistas focaram-se nos resultados de pacientes que tomavam anti-hipertensivos, sobretudo os doentes críticos, com internamento nos cuidados intensivos, necessidade de ventilação e morte.

Os dados apurados mostraram que um terço dos pacientes com COVID-19 com pressão alta e um quarto dos pacientes em geral estavam a tomar iECA ou BRA. Isso deve-se provavelmente ao aumento do risco de infeção em pacientes com doenças pré-existentes, como doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes.

O estudo mostrou foi que não há evidências de que esses medicamentos possam aumentar a gravidade da doença causa pelo novo coronavírus ou o risco de morte, e que, pelo contrário, até podem até melhorar os resultados dos doentes no que se refere à sua sobrevivência.

Os resultados obtidos não significam, contudo, que os fármacos para hipertensão devem ser usados como tratamento para pacientes com COVID-19 que ainda não os estejam a tomar previamente, já que o mecanismo de ação pode ser diferente.