CARDIOLOGIA

Cloroquina e hidroxicloroquina representam riscos para o coração

A cloroquina e a hidroxicloroquina são conhecidas por potencialmente causarem problemas do ritmo cardíaco, e estes podem ser exacerbados se o tratamento for combinado com outros medicamentos, como o antibiótico azitromicina, que têm efeitos semelhantes no coração, alerta a Agência Europeia do Medicamento (EMA).

Cloroquina e hidroxicloroquina representam riscos para o coração

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De acordo com a EMA, alguns estudos recentes (https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2020.04.07.20056424v1.full.pdf e https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2020.04.08.20054551v1.full.pdf) relataram problemas graves, e em alguns casos fatais, que afetam o ritmo cardíaco após a utilização de cloroquina ou hidroxicloroquina, particularmente quando tomadas em altas doses ou em combinação com o antibiótico azitromicina.

A cloroquina e a hidroxicloroquina estão atualmente autorizadas para o tratamento da malária e certas doenças autoimunes. Além dos efeitos secundários que afetam o coração, estes fármacos são conhecidos por potencialmente causar problemas hepáticos e renais, danos nas células nervosas que podem levar a convulsões e hipoglicemia.

Estes medicamentos estão a ser utilizados no contexto da pandemia de COVID-19 para o tratamento de pacientes infetados e a ser objeto de investigação em ensaios clínicos. No entanto, segundo refere a EMA, os dados clínicos ainda são muito limitados e inconclusivos, e os efeitos benéficos destes medicamentos na infeção por COVID-19 ainda não foram demonstrados.

Alguns dos ensaios clínicos, que atualmente estão a investigar a eficácia da cloroquina ou da hidroxicloroquina no tratamento da COVID-19, utilizam doses mais altas do que as recomendadas para as indicações autorizadas.

Embora danos graves possam ocorrer com as doses recomendadas, segundo a EMA, em doses mais altas podem aumentar o risco desses efeitos, incluindo atividade elétrica anormal que afeta o ritmo cardíaco (QT-prolongamento).

Recomenda-se, assim, aos profissionais de saúde que monitorizem de perto doentes com COVID-19 que recebem este tratamento e que tenham em conta problemas cardíacos pré-existentes que podem tornar estes pacientes mais propensos a problemas de ritmo cardíaco.

Estes devem considerar cuidadosamente a possibilidade de efeitos secundários, particularmente com doses mais altas, e ter cuidado extra ao combinar o tratamento com outros medicamentos, como a azitromicina, que podem causar efeitos semelhantes no coração.

Os doentes e profissionais de saúde devem relatar quaisquer efeitos colaterais suspeitos às autoridades reguladoras nacionais, afirma a EMA.

Uma série de grandes ensaios clínicos randomizados estão a analisar os benefícios e riscos da cloroquina e da hidroxicloroquina em pacientes com COVID-19. No contexto da COVID-19, esses medicamentos só devem ser utilizados como parte de ensaios clínicos ou em consonância com os protocolos nacionalmente acordados. Esses fármacos não devem ser usados sem prescrição médica e sem supervisão de um médico.

Fonte: EMA

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