ARTRITE

Maioria dos doentes com artrite abandona mercado de trabalho

A artrite reumatoide (AR) é uma doença reumática crónica, inflamatória, imunomediada que se carateriza pela inflamação das articulações e que pode conduzir à destruição do tecido articular e periarticular. É uma doença crónica porque não tem cura, mas se eficazmente tratada, tem bom prognóstico vital e funcional. Em Portugal, afeta 0,7 por cento da população.

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A data que assinala o dia da doença foi instituída, em 1999, pelo Ministério da Saúde tendo em conta o elevado número de pessoas que, em Portugal, padecem da doença.

Apesar de atingir homens e mulheres, a artrite reumatoide é duas a quatro vezes mais incidente nestas últimas, com o pico da ocorrência a registar-se após a menopausa. No entanto, a doença pode desenvolver-se em todas as idades, incluindo na adolescência. A sua incidência aumenta com a idade e os estudos revelam que atinge o pico entre os 35 e os 50 anos. Calcula-se que a doença atinja entre 50 a 60 mil portugueses.

O surgimento desta doença resulta de uma interação complexa de múltiplos fatores genéticos, imunológicos e ambientais, cuja influência exata na origem da doença ainda está por determinar, refere Luís Cunha Miranda, presidente da SPR.

“Embora não se previna a AR, um diagnóstico precoce das DRM (doenças reumáticas e músculo-esqueléticas), como no caso da artrite reumatoide, pode representar uma poupança média anual por cada novo caso de, aproximadamente, 30 por cento, uma vez que a artrite reumatoide está na origem do abandono do mercado de trabalho em mais de 50 por cento dos doentes”, acrescenta o especialista.

A presença de artrite (inflamação nas articulações) é uma característica fundamental da doença. A inflamação articular causa alterações características: edema, dor das articulações e, por vezes, rubor e calor. Causa também rigidez, uma sensação de prisão dos movimentos, especialmente no início da manhã ou depois de períodos de repouso.

Os doentes sentem dor e dificuldade em mobilizar as articulações, mas os sintomas podem ser muito variados. Nos últimos anos, tem havido uma melhoria significativa no tratamento desta doença com o uso mais eficaz dos medicamentos existentes e dos novos que vão surgindo no mercado.

“O tratamento precoce pode resultar em melhoria substancial do prognóstico a longo prazo. A AR não é uma doença rara e a sua prevalência (frequência) varia de 0,5-1,5 por cento da população nos países industrializados. Em Portugal, estima-se que afete 0,7 por cento da população”, explica o presidente da SPR.

O Reuma.pt é um registo nacional sobre as diversas doenças reumáticas que, desde 2008, assume-se como uma das ferramentas essenciais no seguimento e na melhoria clínica dos doentes em consultas de reumatologia, melhorando a capacidade de decisão dos reumatologistas, mas igualmente a qualidade de vida e o seguimento a longo prazo destes doentes.

Os dados do Reuma.pt revelam que o seguimento dos doentes com AR por parte da reumatologia tem aumentado. Em 2019, estão em seguimento, registados no Reuma.pt 8231 doentes, contra os 5002 de 2014. Também o número de consultas passou de 39 805, em 2014, para as 87 946, em 2019.

E com isso tem havido cada vez mais um melhor controlo da doença, mas, dado o número de doentes existente em Portugal, muito tem ainda que ser feito para fazer chegar em tempo útil estes doentes ao especialista de reumatologia.

Fonte: Sociedade Portuguesa de Reumatologia

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